ANDRÉA CIAFFONE
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Abrir a janela pela manhã e ver a paisagem coberta de gelo. Esse é um dos presentes que Monte Verde dá aos que decidem visitá-la na temporada de inverno. Mas, há muitos outros bem marcantes como a incrível sensação de romance no ar, a comida mineira saborosa e caprichada, infraestrutura para turismo irretocável, pousadas de charme que enchem os hóspedes de mimos, as paisagens alucinantes da serra da Mantiqueira e ainda a possibilidade de explorar as montanhas em longas caminhadas.
O fato é que há muito o que dizer sobre um lugar que se expressa melhor pela própria tranquilidade e que só se desenvolveu pela sua semelhança com a Europa.
Com altitude de mais de 1.500 metros e a apenas 166 quilômetros de São Paulo – por uma rota via Atibaia pela rodovia Fernão Dias – Monte Verde é uma das formas mais rápidas de se chegar a um outro planeta.
Distrito da cidade mineira de Camanducaia, começou a surgir em 1936 justamente porque a paisagem lembrou a Verner Grinberg, imigrante da Letônia, sua terra natal. No cenário certo, o jovem formou a Fazenda Pico do Selado. Aos poucos, parentes e amigos se interessaram em mudar para perto e Grinberg foi cedendo lotes para que construissem seus lares. Rapidamente um povoado se formou e foi batizado de Monte Verde porque é a tradução literal do sobrenome Grinberg – o fato de combinar perfeitamente com a paisagem deve ter pesado na escolha também.
Era tanta gente vindo que, em 1952, Grinberg decidiu lotear parte da fazenda, o que atraiu principalmente letões, húngaros e alemães. Eles resolveram juntar à paisagem um conjunto de construções em estilo alpino.
A topografia e o casario se somaram ao clima frio e seco. No verão, as médias são de 26°C durante o dia e 14°C à noite, o que inspira aconchego. Já o inverno faz as temperaturas despencarem para abaixo de zero. A cidade registra, inclusive, mínimas de -10°C. Tudo isso junto é um convite ao romance.
Para atender aos turistas que vão para lá em busca do cenário de encantamento, os donos de pousadas da região não medem esforços. São mais de 180 opções de hospedagem entre hotéis, pousadas e chalés com tarifas que vão de R$ 100 a R$ 800 a diária.
Além de se deliciar com o melhor da comida mineira, muitas vezes feita de forma caseira no forno à lenha, e com restaurantes com influências internacionais, Monte Verde oferece as delícias típicas do frio. Alguns estabelecimentos são especializados em foundues e lá estão várias fábricas de chocolate e doces artesanais. Nas montanhas ao redor, trilhas, rapel, arborismo, rafting, motocross, cavalgadas e uma pista de patinação ecológica completam a lista de passeios.

Várias artes fazem parte do cardápio especial de inverno

A beleza natural e o estilo de vida tranquilo convidam a apreciar as artes. Por isso, a edição 2014 do Festival de Inverno de Monte Verde e Camanducaia se esmerou em incluir os mais diferentes ramos artísticos na programação, que se encerra no dia 27.
Os amantes das artes plásticas, por exemplo, podem participar da oficina de pintura no Ateliê Paula Bars, que começa às 11h e é grátis. Como são apenas 30 vagas, é preciso fazer inscrições pelo (35) 3438-2316.
Ao longo do dia, os alunos da EMMA (Escola Municipal de Música e Artes Carlito Martins) farão apresentações de teatro, música e dança. No sábado haverá show da Big Band Itinerante, com repertório que vai de Ari Barroso a Raul Seixas, incluindo canções internacionais de estilos tão diversos quanto jazz, mambo e rock’n’roll. Para fechar a programação se apresenta a cantora Mari Salvaterra, que foi integrante da Banda Blitz e levará à Mantiqueira seu projeto cover voltado à música brasileira, especialmente ritmos como samba, samba-rock, pop e rock.
O encerramento do festival será no domingo com o show Júlio Moura Acústico, que apresentará o melhor do sertanejo, MPB, pop rock nacional, além de composições próprias.