Economia Titulo Oportunidade
Marinha tem potencial de compra de R$ 437 mi em 2013
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
07/12/2012 | 07:36
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Empresários de diversos setores da região têm grande filão a ser explorado: a Marinha Brasileira. Por conta de investimento do governo federal de R$ 202 bilhões, aplicados de 2009 a 2035 para a renovação e modernização da frota e de equipamentos da força armada, e considerando que a vida útil de muitos navios (30 anos) está alcançando prazo de validade, a Marinha está em busca de novos fornecedores. Do que está sobre as águas brasileiras, 85% comprados do Exterior, pois na época a indústria local não se interessava em atender o setor e lá fora já havia modelos consolidados que serviam como base. Em virtude do Plano Brasil Maior, política da presidente Dilma Rousseff que prevê aumento da nacionalização de peças e componentes de toda a indústria nacional, a Marinha tem forte demanda de compras para 2013. De acordo com estimativa do contra-almirante José Ricardo Campos Vieira, assessor chefe de logística da diretoria de abastecimento da Marinha, o potencial de compras da força armada pode chegar a R$ 437,3 milhões no ano que vem, montante 24% superior ao que foi desembolsado em 2011. "Só em fardamento, como uniformes e calçados, a expectativa é comprar R$ 50 milhões. Em 2011 foram R$ 25 milhões", exemplifica. "Em gêneros alimentícios (arroz, carnes, enlatados, café, biscoitos e farinha, entre outros) foram R$ 43 milhões; em 2013 devemos atingir R$ 70 milhões." A ideia é seguir importando, por enquanto, somente materiais de alta tecnologia. Mais para frente, o objetivo é realizar a transferência dessa tecnologia para o País. "Agências de fomento, como BNDES e Finep, hoje exigem níveis de nacionalização para conceder financiamentos", comenta o almirante de esquadra Wilson Barbosa Guerra, secretário de ciência, tecnologia e inovação da Marinha.  Segundo o vice-almirante Edesio Teixeira Lima Junior, diretor de abastecimento, a demanda mais urgente é de peças de reposição, peças auxiliares e motores. Dos cinco navios que serão construídos até 2018, o intuito é que 60% de seus componentes sejam fabricados no País. Para os próximos, a intenção é elevar o percentual, chegando a 75%.  É aí que o Grande ABC pode se destacar, já que existem muitas indústrias fabricantes dos produtos que a Marinha necessita e que podem adaptá-los e vendê-los à força armada. Essa oportunidade pode ser agarrada inclusive por micro e pequenas empresas. A Cometa Materiais Elétricos, de Diadema, almeja entrar para o rol de fornecedores da Marinha, "Queremos o desafio de vender transformadores e válvulas de acionamento para tubulações, por exemplo. Vamos comprar componentes de sistemas remotos, que acionam as válvulas por controle, a quilômetros de distância, para desenvolver nosso próprio produto", conta o representante comercial Osvaldo Gomes Viana. A Irsa Rolamentos, de Santo André, também está de olho. "Viemos conhecer as demandas, pois podemos vender rolamentos para hélices dos navios, por exemplo", disse o administrador comercial Hélio Margiota.  Hoje, a força armada possui em seu cadastro 500 mil empresas, sendo, dessas, apenas 80 mil brasileiras. "Com eventos como este, para estimular os empresários (organizado pela Prefeitura de São Bernardo ontem no Senai), a projeção é dobrar a quantidade de fornecedores nacionais em dois anos", diz Vieira, que espera também economizar com a aquisição de itens brasileiros, sem estimar quanto. "Para nós será muito melhor consumir produtos nacionais. Vamos diminuir a dependência externa, evitando ficar nas mãos de fornecedores lá fora e deixando de pagar frete e seguro."  O secretário do Desenvolvimento Econômico de São Bernardo, Jefferson José da Conceição, ressalta que os interessados em se catalogar podem buscar o auxílio da Prefeitura. É imprescindível não ter o nome negativado nem dever impostos. Basta ligar para 4930-0659 e falar com Eleni.




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