Política Titulo Questionados
Paço e Sehal escondem números

Números de inscrições em cursos promovidos através de
convênio não são divulgados; parceria começou em 2010

Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
26/11/2012 | 07:30
Compartilhar notícia


A Prefeitura de São Bernardo e o Sehal (Sindicato de Hospedagem e Alimentação do Grande ABC) escondem os números de alunos inscritos atualmente nos cursos oferecidos por meio de convênio entre as duas partes.

Desde que foi assinada a parceria, em 2010, a administração Luiz Marinho (PT) destinou R$ 8,4 milhões para o sindicato promover treinamentos profissionalizantes nas áreas de alimentação e hospedagem.

O valor é considerado alto pela oposição e a realização do serviço está sendo contestada. Contrários à gestão petista, como o vereador Admir Ferro (PSDB) e o deputado estadual Alex Manente (PPS), tendem a ingressar com representação no Ministério Público para apurar o convênio. O parlamentar tucano, inclusive, tenta emplacar CPI na Câmara.

A equipe do Diário procurou o Sehal na quinta-feira para que disponibilizasse a planilha de cursos realizados no Cenforpe (aulas teóricas e práticas, no restaurante-escola), com datas e horários dos treinamentos e número de inscritos.

Na resposta, o sindicato, apesar de promover as aulas e fazer relatórios de desempenho da parceria, jogou a responsabilidade da divulgação dos dados na Prefeitura. O Paço, por sua vez, ignorou o pedido de informações da reportagem, feito ainda na noite de quinta-feira. Até agora não houve retorno.

Segundo a secretária de Educação, Cleuza Repulho, em entrevista concedida ao Diário na segunda-feira passada, cerca de 3.400 passam por treinamento teórico e prático, todos os dias, nos três períodos (manhã, tarde e noite) - a carga é de, no mínimo, 200 horas, para que o certificado profissionalizante tenha validade

No mesmo dia, mas à noite, a reportagem foi ao Cenforpe e foi informada de que não havia atividades às segundas-feiras no período noturno. A equipe retornou ao local na terça-feira e encontrou poucos alunos recebendo curso.

MULTA

O Sehal foi multado em 2007 pela Prefeitura de São Paulo por quebrar o contrato, no valor de R$ 858 mil. O sindicato também promovia cursos, mas não alcançou a meta de inserir no mercado de trabalho de 40% a 60% dos alunos. A punição foi de R$ 85,8 mil, mas a entidade não pagou - por discordar, entrou na Justiça - e está inscrita na dívida ativa da Capital. Com isso, está proibida de firmar outros convênios com a administração paulistana.

 

 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;