Quem não gosta de enfrentar o tumulto das lojas e a correria das compras nas vésperas do Natal, período que tradicionalmente motiva a compra por impulso, deve aproveitar que falta exatamente um mês para a data e correr atrás dos presentes. "O segredo da compra bem feita é o tempo. Dá para pesquisar na internet e gastar sola de sapato, antes de levar o produto para a casa", salienta Reinaldo Domingos, presidente do Instituto DSOP de Educação Financeira, em São Paulo.

A aposentada Denise Perassoli, 59 anos, de Santo André, já comprou os mimos para dar aos três filhos. "Prefiro comprar agora. Busco facilidade e conforto, não deixo mais para última hora."

Ela já desembolsou cerca de R$ 100, mas ainda resta comprar os presentes da neta e dos genros. No entanto, a aposentada já fez as contas e se programou para não gastar mais de R$ 150 com os demais itens. "Acabei de comprar um carro. Paguei à vista, mas tem a gasolina, o seguro e outros gastos que antes não faziam parte do meu orçamento".

Com mais disponibilidade para analisar e comparar, as chances de o presente satisfazer o comprador e o ganhador aumentam. Os eletrônicos e eletrodomésticos, por exemplo, têm detalhes técnicos que podem encarecer ou baratear o preço do aparelho. Uma câmera com imagem 3D e cartão de memória com oito gibabytes - que é a capacidade de armazenamento dos arquivos - custa em torno de R$ 700. Outra máquina, do mesmo fabricante, mas com menor potencial de armazenamento (quatro gigabytes) e com menos recursos fotográficos, é encontrada por R$ 370 - diferença de R$ 400. Portanto, se o produto mais simples atender às necessidades de quem será presenteado, dá para economizar. "Muitas vezes, as pessoas precisam de itens básicos, que elas não ganham e precisam comprar depois", comenta Domingos.

Além disso, o consumidor que deixa para a última hora também corre o risco de não encontrar o modelo e a cor da mercadoria que projetava comprar.

NO ESTABELECIMENTO

A babá Eunice Ferreira, 40 anos, moradora de Santo André, já pesquisou o preço de um tênis para comprar ao filho em quatro estabelecimentos diferentes. O modelo que o pequeno quer custa R$ 350. "Aproveitei meu único dia de folga para olhar os preços, vou ver se encontro um par mais barato.", comenta.

Reinaldo reitera que o ideal é separar um dia - uma folga, por exemplo - para vasculhar as lojas. Visitar pelo menos quatro estabelecimentos distintos, assim como fez Eunice, é válido para quem quer encontrar o melhor custo benefício ou se dar conta de que não é necessário comprar o item mais caro da prateleira. A couching financeira Elaine Toledo, da Toledo Cursos, acrescenta a necessidade de fazer uma lista com os presentes e anotar o valor que tem disponível para gastar com os mimos do Natal, antes de sair de casa.

A couching financeira recomenda pagar os presentes à vista - é possível barganhar entre 5% e 10% de desconto com o dinheiro em mãos. "O difícil para o brasileiro é raciocinar a economia de pequenas quantias que são impactantes quando somadas."

Além disso, não compensa, segundo os especialistas, manter o dinheiro em aplicações financeiras e parcelar as contas. Os investimentos conservadores e com alta liquidez - quando é possível resgatar rapidamente o montante sem prejuízos - tem rendimento médio ao ano de 5%.

Para efeito de comparação, a rentabilidade da poupança, que agora corresponde a 70% da taxa básica de juros (a Selic), mais TR (Taxa Referencial), é de 5,07% ao ano. Quem deixa R$ 500 aplicados na caderneta, por exemplo, terá um ganho de R$ 25,16 em 12 meses.

Ao comprar presentes em cinco lojas diferentes e gastar R$ 100 em cada uma delas e garantir desconto de 5%, é possível economizar R$ 25 de uma vez.