Economia Titulo Trabalho
Geração de emprego na região cai 62% neste ano
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
24/11/2012 | 07:12
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A geração de emprego no Grande ABC diminuiu 62% de janeiro a outubro, na comparação com o mesmo período do ano passado. O saldo de vagas com carteira assinada (admissões menos demissões) neste ano, nas sete cidades, chegou a 11.594, enquanto que em 2011 alcançou 30.497. Para se ter ideia da diminuição do ritmo de contratações, no acumulado do ano em 2010, o montante foi de 45.069.

 

Os dados integram o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), divulgado ontem, que mensura apenas o trabalho formal.

Boa parte dessa queda foi puxada pelo mau desempenho da indústria, que de novembro de 2011 até agosto apresentou saldo negativo de vagas em todos os meses. Somente em setembro esboçou reação, com 691 postos, que foi continuada, de forma tímida, em outubro, com 363 oportunidades. No acumulado do ano, porém, o saldo ainda está negativo em 4.504 vagas. "O número é tão expressivo que zera todos os empregos gerados pela indústria da região no ano passado, que encerrou 2011 com saldo positivo de 4.450 postos", comenta o diretor do Departamento de Indicadores Sociais e Econômicos da Prefeitura de Santo André, Dalmir Ribeiro. Para ele, o cenário se deve ao forte recuo dos investimentos privados. "O governo tentou, mas não conseguiu compensar as perdas geradas. Os empresários estão desconfiados, então protelam os investimentos. E isso fez com que eles se tornassem importadores e distribuidores de produtos chineses."

Hoje, o Brasil investe entre 17% e 18% de seu PIB (Produto Interno Bruto), porém, para alcançar desenvolvimento econômico sustentável, teria de aplicar pelo menos 23% - média superada por muitos países emergentes. É o caso da China, que investe 28%.

 

OUTUBRO

No mês, houve reação e o saldo ficou positivo em 2.302 vagas - alta de 95% na comparação com setembro, quando foram gerados 1.179 postos. Frente a outubro do ano passado, houve recuo de 12,6%, quando o montante foi a 2.634. A criação de vagas na região, porém, ainda está muito aquém do resultado do mesmo mês de 2010, quando 4.934 oportunidades foram abertas.

O segmento que impulsionou as contratações no mês foi o de serviços, com 1.546 postos, respondendo por 67,1% do total. O comércio local empregou 523 trabalhadores e a construção civil demitiu 117.

 

PERSPECTIVAS

Na avaliação do diretor, se em 2013 o governo mantiver os juros baixos, os incentivos para o setor automotivo e o câmbio em alta - hoje o dólar está em R$ 2,09, mas para a indústria, o ideal é que chegue a R$ 2,20 - a situação dos empresários deve melhorar. "Nos próximos anos o gargalo dos investimentos na indústria e da demanda por mão de obra qualificada devem continuar. Esperamos que as medidas macroprudenciais (como o aumento do índice de nacionalização de peças) surtam efeito, senão o cenário de facilitação da imigração de profissionais para atuarem nas áreas de inovação tecnológica e petróleo e gás vai continuar para suprir a carência de técnicos."

 

 




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