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A glória de Éfeso
Eliane de Souza
Do Diário do Grande ABC
22/11/2012 | 07:48
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A Virgem Maria, mãe de Jesus, viveu seus últimos dias em Éfeso, na Turquia. Só essa informação já seria motivo para qualquer cristão conhecer o lugar. Mas também há outro motivo: a região é considerada a maior zona arqueológica do mundo, com inúmeras obras antigas mantidas no lugar original. Éfeso foi escavada na última fase do Império Otomano, no século 19, por arqueólogos ingleses. Muitas das figuras da cidade encontram-se hoje no Museu Britânico.

A cidade é habitada desde 2.000 a.C., mas a época dourada chegou com os romanos. Éfeso foi um dos grandes centros culturais e econômicos do Antigo Ocidente.

O apóstolo Paulo dirigiu-se diversas vezes aos efésios para combater o culto à deusa Artêmis. Uma das sete igrejas do Apocalipse também foi construída no local.

Outro apóstolo que passou pela cidade foi João, que escreveu seu evangelho e cuidou de Maria até sua morte, como prometera a Jesus.

Na Casa da Virgem há uma igreja muito venerada por cristãos e devotos de outras religiões. A casa foi descoberta durante escavações realizadas no século 19. Foram encontrados restos de cimento de uma antiga residência, com pedaços de carvão perto de umas das fontes do Monte Pión. As provas de carbono 14 confirmaram a hipótese de que Maria de Nazaré teria morrido neste lugar, pois os restos datavam do século 1 d.C.

Muitas ruínas do império romano chamam a atenção pelo incrível estado de conservação. A começar pela Biblioteca de Celso. O edifício foi construído no início do século 2 d.C. por um cônsul romano em memória do seu pai. As colunas ainda permitem notar a suntuosidade da construção.

O Templo de Artêmis também impressiona. É considerado uma das sete maravilhas do mundo antigo. Do principal centro econômico, político e religioso de Éfeso, que perdurou por 1.000 anos, no entanto, só restaram as colunas.

 

Castelo de Algodão

Pamukkale, definição turca para Castelo de Algodão, é conhecida internacionalmente pelas suas fontes termais. Desde épocas muito antigas, milhares de pessoas peregrinavam até suas fontes em busca de cura para as enfermidades.

Além do poder terapêutico, a beleza desta formação natural é fruto da fonte natural calcária que se formou ao longo de séculos pelo acúmulo de cal graças à evaporação do gás carbônico. Com o passar do tempo, as capas de cal deram origem a piscinas em cascata, com águas azuis quentinhas sobre as rochas brancas.

Pamukkale e a cidade de Hierápolis foram declaradas como Patrimônio Mundial da Unesco em 1988. Hierápolis é famosa pelos jazimentos arqueológicos e pelos monumentos da gigantesca Necrópole.

O imenso cemitério contém tumbas, túmulos e sarcófagos onde repousaram muitos doentes que foram a Pamukkale em busca de cura, mas não conseguiram. Cada uma das lápides são testemunhos da passagem do tempo e das diferentes culturas que chegaram até as águas do Castelo de Algodão.

 

A cidade de Afrodite

A região da Anatólia tem outro território arqueológico que teve apogeu sob domínio romano: Aphrodisias. O belo nome desta cidade provém da divindade grega Afrodite. A deusa do amor ultrapassou o culto que se tinha por Zeus, assim como ocorreu em Éfeso com a deusa Artêmis.

Já na época cristã, o Estado bizantino mudou o nome da cidade para Savrópolis (a cidade da cruz) com o objetivo de tirar o poder e a popularidade do culto a Afrodite e converteu a cidade em um bispado.

Mas o Templo de Afrodite, construído no século 4 a.C., ainda mantém suas elegantes colunas mostrando a grandeza e a glória que teve. A construção sofreu imensas modificações quando se tornou igreja na época bizantina. Apesar disso, não perdeu o essencial de sua imponência. No Museu de Aphrodisias estão objetos e restos arqueológicos do período.

Perto do templo está o teatro. Sua estrutura, perfeitamente conservada, permite vislumbrar a grandeza dos espetáculos que teriam sido exibidos ali. A construção foi feita totalmente de mármore. Perto do teatro estão as Termas de Adriano e o estádio.




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