Pelo menos 620 funcionários das distribuidoras do Grande ABC, que estavam em greve há 15 dias, voltaram a trabalhar. Portanto, a distribuição de gás na região começou a ser normalizada. A equipe do Diário entrou em contato com as empresas Ultragaz, Copagaz e Liquigás, no fim da tarde de ontem, e os atendentes informaram que havia botijão disponível para quem fosse comprar o produto hoje. O Sindigás (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo), entidade patronal representante das empresas, também informou em nota que "a maioria das bases engarrafadoras de gás já está operando a plena capacidade, de forma a normalizar imediatamente o fornecimento do produto".

A paralisação foi encerrada ontem já que na noite de quarta-feira o TRT-SP (Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo) determinou reajuste salarial de 6%. Para quem ganha o piso, o aumento será de 7,39%, já os benefícios serão os mesmos determinados pela convenção coletiva do ano passado. Diante da decisão, o tribunal informou que a categoria deveria voltar à atividade.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio de Minério e Derivados de Petróleo, Valter Adalberto, disse que, apesar de a paralisação ter cessado, o estado de greve (que é a categoria em alerta) será mantido. "Se não tiver diálogo para o reajuste dos benefícios, podemos retornar ao movimento grevista a qualquer momento", explica. A decisão foi parar nas mãos da Justiça porque na audiência de conciliação, realizada no dia 8, não houve acordo entre funcionários e empresas distribuidoras do produto.

Funcionários da Ultragaz e Utingás ainda mantiveram a greve. Isso porque o dissídio dessas companhias será julgado pela Justiça apenas no dia 28. Entretanto, como houve audiência de reconciliação entre distribuidoras e funcionários ontem, o TRT-SP orientou que os empregados das duas empresas também suspendessem a greve até a data do julgamento. "O apelo foi feito para evitar mais prejuízos ao consumidor. Amanhã teremos assembleia para decidir se a paralisação será suspensa", diz Adalberto. De qualquer forma, 30% dos funcionários estão trabalhando.