Turismo Titulo The Route Maker
Belezas de Belize
Felipe Gamba e Ana Moreno
Especial para Diário
15/11/2012 | 07:09
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Divulgação


 

No embarque para Belize, o funcionário da companhia aérea viu nosso passaporte brasileiro e questionou: "Vocês são de um país tão bonito. O que vão fazer em Belize?". O comentário nos assustaria se não soubéssemos para onde estávamos indo. Belize é uma nação que poucos conhecem, de colonização inglesa e que possui belezas naturais difíceis de descrever. Apesar de ser pequena, com não mais de 350 mil habitantes, possui diversos atrativos que vão de ruínas maias a ilhotas com areias brancas e mar azul-turquesa. Assim como Honduras e México, está muito próxima da segunda maior barreira de corais do mundo - menor apenas que o Grand Reef, na Austrália.

Para brasileiros, é exigido visto de entrada no país, que pode ser obtido no consulado do Reino Unido em São Paulo, já que Belize não possui escritórios de representação ou embaixadas no Brasil.

Chegamos a Belize City, a cidade mais populosa do país, pegamos um taxi até o porto e fomos de ferry boat até uma destas pequenas ilhas, chamada CayeCaulker. Normalmente preterida por AmbergrisCaye - onde está localizada a cidade de San Pedro, com infraestrutura infinitamente maior, grandes hotéis e edificações -, CayeCaulker possui um delicioso clima caribenho, com ruas de areia e pequenas pousadas e restaurantes.

Apesar de estar a cerca de 50 minutos do continente, a ilha se mantém rústica e sem a presença de carros. Há apenas bicicletas e carrinhos de golfe, usados como táxi.

O principal atrativo de ambas as ilhas é o mergulho, principalmente em um lugar chamado Blue Hole, espécie de caverna vertical formada na era glacial, onde é possível chegar em aproximadamente duas horas de barco, e que foi nossa principal motivação para visitar o país. A imagem aérea é impressionante: o azul escuro das águas profundas contrasta com o azul claro das águas rasas ao seu redor, formando um círculo perfeito.

Todas as atividades oferecidas nas ilhas, inclusive o mergulho, são excessivamente caras. Os passeios variam de US$ 50 por pessoa para uma simples saída de snorkeling a US$ 190 pelo roteiro com três mergulhos, incluindo o Blue Hole.

A moeda utilizada no país é o dólar de Belize, que vale a metade do dólar norte-americano, também aceito em todos os lugares.

Além do mergulho, a melhor forma de aproveitar a ilha é relaxando na praia, já que para isso não se paga nada. Desta forma, é possível experimentar um pouco da cultura local, que mistura influências caribenhas e maias.

No dia seguinte à nossa chegada, saímos logo cedo com uma das três operadoras de mergulho locais e fomos em direção ao Blue Hole. Do barco, não é possível ter a mesma dimensão que temos com a vista aérea, mas ainda assim é uma experiência fascinante.

Logo no início do mergulho, golfinhos passaram por nós como flechas em direção às águas mais rasas e cerca de 30 tubarões de recife nos deram as boas-vindas, ficando conosco por vários minutos. Apesar dessas surpresas, o ponto alto do mergulho foram as formações encontradas dentro da caverna, com gigantescas estalactites e colunas, revelando que o lugar já foi seco um dia.

Após a aventura no Blue Hole, saímos para mais dois mergulhos em ilhas próximas, chamadas HalfMoon e Aquarium, respectivamente. Nelas, pudemos ver grande quantidade de vida, incluindo duas espécies menos comuns: o tubarão-martelo e a tartaruga-cabeçuda.

No dia seguinte, partimos para fazer snorkeling com os manatees - vulgo peixes-boi -, mas infelizmente não os vimos. Mesmo assim, durante o passeio encontramos tubarões-lixa, raias-prego e xita, tartarugas-verdes e muitos cardumes de peixes. Os manatees podem ser vistos o ano todo a partir do barco, porém, para cair na água e fazer snorkeling com esses animais, é preciso estar na temporada certa, que vai de junho a agosto, quando eles saem dos manguezais e vão limpar-se nos corais.

Como estávamos no fim de maio, sabíamos que a possibilidade de vê-los era pequena. Porém, todas as agências locais davam como certo o encontro e vimos várias pessoas realmente frustradas com o fato de não terem visto os manatees. Pensamos que as empresas devem ter respeito pelos turistas e, acima de tudo, ser transparentes e sinceras ao invés de tentar ganhar dinheiro a qualquer custo.

Para aqueles que possuem mais tempo e querem explorar a parte continental de Belize, o lugar ideal é a caverna de ActunTunichilMuknal - ou simplesmente ATM Cave -, um sítio arqueológico maia localizado próximo à cidade de San Ignácio, quase na fronteira com a Guatemala.

Para essas pessoas, com certeza vale considerar uma visita ao país vizinho, onde está localizado Tikal, um dos maiores centros culturais da civilização maia. Após alguns dias em Belize, lembramos do funcionário da companhia aérea e pensamos que, se pudéssemos, responderíamos à pergunta com outra questão: ‘Você conhece Belize?'.

 

* Felipe Gamba e Ana Moreno, do projeto The Route Maker, que prevê visitas a cerca de 50 países em 540 dias. Siga o The Route Maker no Facebook (www.facebook.com/pages/The-Route-Maker/136626173077697).

 

 

 

 




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