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Como surgiram as plantas?
Juliana Ravelli
Do Diário do Grande ABC
18/11/2012 | 07:00
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Primeiro é preciso entender que nada surge de um dia para o outro. A Terra se formou há 4,6 bilhões de anos. Há 3,5 bilhões apareceram no mar as primeiras formas de vida, micro-organismos simples, com uma célula, chamados Procariontes. Na época, o planeta era diferente. A atmosfera era composta por gás carbônico, metano, amônia e outros gases tóxicos para os humanos.

Entre 2,5 bilhões e 544 milhões de anos atrás, formaram-se na água micro-organismos mais complexos, os Eucariontes. Alguns começaram a fazer fotossíntese (reação química pela qual a maioria das plantas obtém energia), originando as algas. No processo retira-se gás carbônico do ar e devolve oxigênio. E foi assim que o ar mudou, ficando com mais oxigênio.

Por volta de 470 milhões de anos atrás, surgiram algas capazes de sobreviver por algum tempo em ambientes terrestres. Segundo especialistas, esses organismos que faziam fotossíntese viviam em mares calmos. Por causa da mudança das marés, passavam parte do tempo submersos e a outra em local seco, adaptando-se ao meio terrestre. Esse tipo de algas originou os musgos, grupo de plantas que costumam ser baixinhas e recobrir pedras e solo em áreas úmidas.

Fernandes

Milhões de anos depois surgiu o grupo das samambaias e mais tarde o dos pinheiros. Mas nenhum deles tinha flores. Calcula-se que elas apareceram há 140 milhões de anos. O fóssil (resto de animais ou vegetais incrustado em pedras) mais antigo de uma planta com flor encontrado, porém, tem 125 milhões de anos. As flores são adaptação que protegem melhor as células reprodutivas das plantas.

Saber ao certo como os vegetais surgiram é difícil, porque é raro encontrar seus fósseis. Por isso, pesquisas e descobertas ainda precisam ser feitas. Mas algo é certo: o surgimento e desenvolvimento deles influenciaram a composição da Terra, a origem do homem e tudo o que conhecemos.

 

Vegetais correm risco de extinção

É comum a gente ver e ouvir notícias sobre animais ameaçados de extinção, mas nem sempre lembramos que os vegetais também podem desaparecer. Segundo pesquisa britânica, uma em cada cinco plantas no mundo corre risco de sumir. Apesar de esse processo muitas vezes ser natural, especialistas estudam como as ações humanas o estão acelerando.

Entre as principais ameaças à flora estão a perda de habitat e a poluição. Áreas verdes são destruídas para dar espaço a construções, plantações e pastos para criação de gado. Desse modo, espécies deixam de existir antes mesmo de serem descobertas pelos cientistas.

Caso um vegetal seja extinto, os animais que dependem dele poderão sumir também. Há beija-flores, por exemplo, que comem apenas o néctar de determinadas plantas. Se elas desaparecerem, os pássaros morrerão de fome. Os bichos que se alimentam deles, por sua vez, sofrerão e, assim, sucessivamente até o próprio homem ser prejudicado.

 

Tem mais...

As plantas absorvem a luz do sol, água e nutrientes do solo para se desenvolver. Os raios solares são fundamentais para que ocorra a fotossíntese, reação química por meio da qual o vegetal obtém energia.

Em geral, as folhas das plantas são verdes porque possuem clorofila, pigmento natural fundamental para a realização da fotossíntese. Sem a substância o vegetal não sobreviveria.

Muitos vegetais desapareceram em milhões de anos. Hoje, a Terra é dominada pelas plantas com flores; são 300 mil espécies. Há ainda 18 mil de musgos, 13 mil de samambaias e 1.000 de pinheiros.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Quem perguntou?

Bianca Gobato Prado, 8 anos, de Santo André, adora plantas e sabe como são importantes para o planeta. "Às vezes, quando estou na casa da minha avó, como fruta e planto as sementes nos vasos que existem lá." A menina não gosta quando fazem mal às árvores. "Elas são casas de muitos bichos, como os pássaros."

 

 

 

 

 

 

 

 

 

* Consultoria de Rogério Gribel, diretor de Pesquisa Científica do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, e de Andréa Onofre de Araujo, especialista em botânica e professora do Centro de Ciências Naturais e Humanas da UFABC.




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