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Smart ForTwo, o pequeno notável

Por R$ 49,9 mil, versão de entrada do modelo tem sistema que economiza combustível

Vagner Aquino
Do Diário do Grande ABC
30/11/2011 | 07:00
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Ele já passeia há mais de uma década pelas ruas da Europa. Por aqui, chegou em meados de 2009. Mas, mesmo com tamanho reduzido, extrema leveza e motor pequeno, houve a necessidade de seguir a onda da sustentabilidade. Sendo assim, haveria de se pensar num Smart que consumisse menos combustível e emitisse baixos índices de poluentes. Nasce aí a versão Mhd.

A sigla, que vem do inglês Micro Hybrid Drive, traz na bagagem a tecnologia Start & Stop, ou seja, cada vez que o veículo está abaixo dos 8 km/h e o pedal do freio é acionado, o motor é desligado automaticamente.

Essa versão nasceu no Brasil com a série especial Brazilian Edition, que foi criada para comemorar um ano de vendas no País. Mas a data coincidiu com a Copa do Mundo, por isso, à época, o modelo (limitado a 300 unidades) trazia a cor amarela na carroceria e uma bandeira estilizada na coluna traseira.

 

MOTORIZAÇÃO

Sob o pequeno capô dianteiro (que se abre com facilidade por meio de duas travas nas extremidades da grade) esconde-se o motor 1.0 aspirado de 71 cv (os demais modelos, turbo coupé e cabrio, têm 84 cv), que chega aos 100 km/h em 13,7 segundos e atinge velocidade máxima de 145 km/h.

Fiquei uma semana com o carro. De início, o anda e para dos congestionamentos chegou a incomodar (pois o motor era desligado sucessivamente). Sendo assim, preferi desabilitar o sistema, pressionando a tecla Eco, posicionada à frente da alavanca de câmbio.

Quando o trânsito começa a andar de novo, prefiro voltar a economizar combustível - entre 10% e 20%, informa a montadora. O tanque comporta apenas 33,5 litros de gasolina.

 

VIDA A BORDO

Apesar de divertido, andar num Smart está longe de ser confortável. A fim de proporcionar mais estabilidade ao carrinho (que tem 2,69 metros de comprimento, 1,55 metro de largura e 1,54 metro de altura) a suspensão precisou ser mais rígida. Mas o sistema não absorve bem as imperfeições do asfalto e os ocupantes sentem constantemente os trancos causados pelos buracos e ondulações das pistas brasileiras - mesmo porque motorista e passageiro sentam, praticamente, sobre o eixo traseiro. Vale lembrar que o modelo foi desenvolvido originalmente para rodar na Europa, onde o asfalto não tem essas imperfeições. Os pneus são 155/60 R15 na dianteira e 175/55 R15 atrás.

No habitáculo, mesmo trazendo itens como direção elétrica, ar-concionado, vidros e travas elétricos, além de rádio com leitor de MP3, o Smart não conta com leitor de CDs e os retrovisores externos têm regulagem manual... Espera-se (bem) mais de um carro que custa R$ 49,9 mil.

No mais, o pacote de itens de série do Smart Fortwo Mhd traz programa de estabilidade eletrônico, função de assistência de partida integrada em subidas íngremes, além de freios ABS, air bags e rodas de liga leve com 15 polegadas.

Esse pacote elimina as dúvidas do público quanto à segurança do Smart que, visualmente, passa a sensação de fragilidade.

Por ter apenas 1,86 metro de entre-eixos, o Smart tem na ergonomia seu ponto alto. Os comandos ficam totalmente ao alcance das mãos, a começar pela ignição - que fica no console central e não na coluna de direção, como os modelos convencionais.

 

Nas ruas, diversos comentários

 

Entre críticas e elogios, não tem como negar que o Smart chama a atenção por onde passa.

No trânsito, sempre tem um que comenta as dimensões do modelo. Na rua de casa, uma mãe passa e comenta: "Filho, vou te dar um deste de Natal." No estacionamento do supermercado, me assusto quando vejo cerca de dez pessoas ao redor do carro quando volto das compras: "É chinês?", "Quanto custa um carro desse?", "É vendido no Brasil?", me perguntaram os curiosos.

E por falar em estacionamento, este é um local onde o Smart nunca dá trabalho. Fica em qualquer cantinho sem atrapalhar os demais motoristas, que (na maioria das vezes) simpatizam com o veículo, o que acaba rendendo gentilezas no trânsito - algo cada vez mais difícil nas ruas das grandes cidades. Balizas? Sempre são bem-sucedidas, afinal, o Smart é um metro menor que um Fiat Mille, por exemplo.




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