Depois de três meses sem comercializar o Journey no Brasil, a Dodge resolveu lançar a versão 2012 do modelo no mercado. Oriundo da Caravan, o crossover (como a marca o denomina) é vendido desde 2008 e já emplacou 6.200 unidades no País.

De acordo com a montadora norte-americana (com fábrica em Toluca, no México), a meta deste ano será mantida e a previsão é vender 2.500 unidades do Journey em 2012.

Mas isso não será tarefa fácil. E a explicação é simples. Em 2009, Fiat e Chrysler fundiram suas ações e, com isso, a montadora italiana passou a vender o Freemont por aqui. Mas apesar das inúmeras diferenças entre ambos, o consumidor comum o enxerga apenas como um Journey com o logotipo da Fiat. O que não é verdade.

Para deixar o Freemont R$ 21,9 mil mais barato (comparando as versões topo de linha de ambas as marcas) a Fiat precisou empobrecer o veículo em acabamento, detalhes visuais e, principalmente, na mecânica.

E é neste fator que o modelo da Dodge busca se destacar na versão 2012. Em substituição ao motor 2.7 V6 de 185 cv disponível anteriormente, a marca incluiu o bloco Pentastar V6 de 3,6 litros e 280 cv.

Durante os 100 quilômetros de test drive, pudemos constatar que, assim como outros integrantes da família que carregam o mesmo motor, mas com diferentes configurações de cavalaria - leia-se Town & Country e 300, por exemplo - o bom torque (de 34,9 mkgf a 4.350 rpm) rende retomadas praticamente imperceptíveis do câmbio automático de seis marchas. Há opção de trocas sequenciais por meio da alavanca - sentimos falta das borboletas ao longo do trajeto, pois a posição da transmissão é incômoda, principalmente para quem precisa deslocar o banco para a frente.

Ainda falando em desempenho, a vida a bordo do Journey está mais agradável. Mérito do novo ajuste da suspensão - independente nas quatro rodas - que deixou o veículo firme, mas sem abandonar o conforto.

Com o motor Pentastar (já desenvolvido à época em que a Mercedes-Benz controlava o Grupo Chrysler) o Journey chega aos 100 km/h em oito segundos e atinge 208 km/h de velocidade máxima. De acordo com a marca, o consumo médio de gasolina é de 9,6 km/l em ciclo urbano. Na versão anterior, o Journey não percorria mais de 8,8 quilômetros com um litro.

Modelo traz retoques na estética e interior redesenhado

A Dodge poderia ousar mais, até mesmo para se diferenciar do Fiat Freemont, mas preferiu apostar numa simples maquiagem na versão 2012. De novidade, somente os para-choques (dianteiro e traseiro), lanternas, que ganharam LEDs, rodas - de alumínio e 17 polegadas na versão de entrada e 19 polegadas na topo de linha - e a grade dianteira, que recebeu o novo logo da marca. O antigo será usado apenas na picape Ram, que chega aqui no primeiro trimestre do próximo ano.

Além de ganhar duplo silenciador e proporcionar rodar mais silencioso, o painel do Journey foi totalmente redesenhado. O habitáculo tem acabamento melhor e textura mais suave ao toque. Desde a versão de entrada (SXT, que manteve o preço em R$ 97,5 mil) o revestimento dos (sete) bancos é de couro.

Na lista de itens de série, destaque para o sistema multimídia Evic, sigla em inglês que engloba as principais informações do veículo em duas telas de LCD - uma com 3,5 polegadas, no quadro de instrumentos e outra no painel central, com 4,3". A proposta era ser ainda mais funcional, com tela de 8,4" e câmera de ré, mas a marca culpa as intempéries no Japão, que barraram a possibilidade de fornecimento. Bancos dianteiros aquecidos (o do motorista tem ajuste lombar e regulagem elétrica em seis direções), ar-condicionado digital automático de duas zonas, seis air bags (frontais, laterais e de cortina), freios ABS, controle eletrônico de estabilidade e de tração e sensores anticapotamento, chave presencial Enter-N-Go, volante multifuncional e CD player com USB e bluetooth fazem parte do pacote. Faltaram o sensor de estacionamento e as travas automáticas - essenciais para a segurança de um veículo desse porte.