A coordenação do PSD no Grande ABC sofrerá mudanças a partir de janeiro. A executiva estadual discute troca do articulador da legenda na região, tirando o deputado estadual José Bittencourt do posto.

As conversas são capitaneadas pelo articulador pessedista na Região Metropolitana, o vereador paulistano José Police Neto. O caminho trilhado mostrava que o vereador de Santo André Paulinho Serra seria o detentor do posto.

Porém, o presidente da Câmara de Ribeirão Pires, Gerson Constantino, figura como predileto de Police Neto para a vaga. Os dois nutrem relacionamento estreito desde o ano passado graças ao trabalho no Parlamento Metropolitano.

O Diário apurou que o pessedista ribeirão-pirense foi anunciado como articulador do partido durante visita de Police Neto à ex-prefeiturável do PT em Ribeirão Maria Inês Soares.

O anúncio surpreendeu os pessedistas da região, que esperavam Paulinho como novo capitão. Contudo, o vereador andreense já foi anunciado para assumir secretaria no governo Carlos Grana (PT), fato que, na visão dos caciques estaduais, atrapalharia o trabalho partidário.

O pessedista de Santo André, que foi filiado ao PSDB, estava receoso com a nomeação antes de saber qual será postura do prefeito da Capital e presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, em relação ao PT nas esferas estadual e nacional. A legenda tem se aproximado dos petistas e não descarta composição para a próxima eleição.

Por outro lado, o cargo seria importante para Paulinho começar a preparar o seu palanque deputado federal em 2014. O andreense vem sendo apontado como nome forte de Kassab para concorrer à Câmara dos Deputados pela região. "Estou à disposição do partido", ponderou Paulinho.

Gerson surgiu como zebra na conjuntura. Como perdeu para vice-prefeito na chapa de Maria Inês, o ribeirão-pirense não tem ocupação política e por isso seria abrigado no PSD paulista. O que pesa de forma negativa é que Gerson se projeta politicamente somente para 2016, quando deseja concorrer ao Paço.

RETROSPECTO

Pela vontade de Police Neto, o comandante da Câmara de Ribeirão já teria tomado o posto Bittencourt. A análise da executiva estadual é a de que o deputado não está próximo à região.

No começo deste ano, o coordenador ficou em saia-justa em Ribeirão. Ele foi ao município e anunciou que o partido ficaria na coligação de Saulo Benevides (PMDB). Na semana seguinte, Police Neto visitou a cidade, desmentiu o correligionário e abriu diálogo com o PMDB e o PT, que acabou conquistando a sigla.

Estreante no pleito, PPL ainda patina no Grande ABC

O PPL não completou um ano de vida, mas participou de sua primeira eleição municipal. A principal esperança da legenda era conseguir reeleger a vereadora de Diadema Marion Magali de Oliveira (PPL), o que não aconteceu. A parlamentar entrou no partido em outubro do ano passado, após o PTB não garantir apoio ao prefeito Mário Reali (PT).

A legenda demonstrou sintonia com o PT e esteve nas trincheiras petistas em seis cidades do Grande ABC. A exceção foi em São Caetano, onde a sigla deixou o reduto governista do PTB para ingressar na base de apoio ao prefeiturável peemedebista Paulo Pinheiro.

Como a sigla não conseguiu eleger um parlamentar no primeiro pleito eleitoral, a meta agora é buscar espaço nas administrações vencedoras - das sete que apoiou, quatro se sagraram vencedoras (Mauá, São Bernardo, São Caetano e Santo André). CT