A inadimplência do consumidor, que registrou alta de 4,74% em outubro, na comparação com o ano passado, deve manter o mesmo patamar nos próximos meses. A pesquisa foi divulgada ontem pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas).

"Um dos fatores que mantém a inadimplência contida é o nível de emprego, que está elevado, e nos próximos 12 meses não deve ocorrer grandes mudanças que alterem esse cenário", explica o economista da SPC, Nelson Barrizzelli. Para se ter ideia, a taxa de desemprego atingiu patamar de 5,4% em setembro - o menor nível desde 2002.

Entretanto, as inclusões no cadastro por inadimplência continuam maiores se comparadas ao número de consumidores que pagam suas dívidas e deixam de fazer parte da lista de inadimplentes. Enquanto a inclusão aumentou 7,39% em outubro, na comparação com setembro, 5,56% foram excluídos da base de dados no mesmo período. O especialista lembra que as famílias precisam planejar melhor suas compras. "Com a facilidade em obter crédito, as pessoas esquecem das parcelas que já têm para pagar, e se comprometem com novas contas." De acordo com Barrizzelli, as dívidas de curto e médio prazos - parceladas em até 12 meses - exercem maior influência na oscilação da inadimplência, que pode aumentar ou diminuir de um mês para outro. "As pessoas acabam tendo dificuldade financeira no meio do caminho, mas voltam a pagar a prestação depois. De qualquer forma, o aumento da inadimplência do consumidor irá oscilar pouco, entre 4% e 5%", diz.