Após anos vivendo de retoques aqui e pequenas novidades acolá, o Citroën C3 mudou completamente no segundo semestre deste ano, recebendo elogios da imprensa especializada em diversos pontos - design, conjunto mecânico e custo-benefício. No entanto, disposto a ver até que ponto o hatch premium evoluiu, o Diário colocou o novo C3 frente a frente com o Honda Fit, reconhecidamente um forte competidor.

Em busca do equilíbrio entre os números de desempenho e dimensões, optamos pelas versões Exclusive 1.6 16V Flex do Citroën, e EX 1.5 16V do Honda - ambas com transmissão manual de cinco velocidades. Tal igualdade, no entanto, não se reflete no quesito preço. O novo C3 parte de R$ 49.990, enquanto o Fit custa R$ 57.480.

Os dois trazem de série boas listas de equipamentos: air bag duplo, ar-condicionado, direção elétrica, rodas de liga leve de 16 polegadas, freios com ABS, vidros, travas e espelhos retrovisores elétricos. O Honda oferece a mais o sensor de estacionamento traseiro, que no Citroën é opcional (Pack Techno: bancos em couro + sensor de estacionamento + alarme - R$ 2.100). Porém, no C3 os faróis de neblina são de fábrica e estão indisponíveis no Fit (assim como bancos em couro, que sequer são opcionais). O hatch ainda pode ser equipado com sistema de navegação (R$ 600 - mas é preciso ter o Pack Techno).

Rodando, o C3 também leva vantagem. O novo motor 1.6 16V de até 122 cv (etanol) agrada, especialmente por entregar torque de 16,4 mkgf a 4.000 rpm, o que o deixa mais esperto no trânsito urbano. O bloco 1.5 16V de 116 cv (etanol) do Fit também faz bonito, mas é menos voluntarioso: torque menor a rotações mais altas. E se não bastasse isso, o Honda é 151 kg mais pesado.

Com engates precisos, os câmbios de ambos os concorrentes agradam. A única ressalva fica por conta da caixa do C3, que poderia ser menos ruidosa. Em termos de suspensão, só elogios novamente. São firmes, confortáveis e silenciosas.

No quesito espaço, o Fit leva vantagem. Trata muito bem motorista e passageiros, além de ter o porta-malas mais espaçoso. O C3, apesar de maior em comprimento e apenas quatro centímetros menor na distância entre os eixos, é mais apertado para quem viaja atrás.

VEREDICTO

Realmente o novo Citroën C3 evoluiu - e muito. Neste comparativo não encontrou dificuldades para vencer o Honda Fit por ter preço mais em conta, melhor custo-benefício e desempenho superior. Ao Fit, reconhecidamente um bom automóvel, acaba patinando especialmente na questão preço.