Os governistas de Ribeirão Pires continuam atentos aos passos do vereador Edson Savietto, o Banha (PDT). Pessoas ligadas à administração querem pedir a cassação do diploma do pedetista, que foi reeleito para a próxima legislatura (2013-2016).

O embasamento para a solicitação são as contas de 2003 da Câmara, quando Banha era o presidente. A contabilidade foi julgada irregular pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) porque a folha de pagamento ultrapassou 70% - percentual máximo estipulado por lei - graças ao reajuste salarial dado aos colegas. Apesar da condenação, a Justiça Eleitoral deferiu a candidatura do parlamentar neste ano.

O vereador Antonio Muraki (PTB) levou ao conhecimento de advogado o material que embasaria o pedido de cassação. "Foram pessoas que me abordaram e falaram sobre o caso. Como não tenho gana de me vingar das pessoas, apenas procurei um advogado para que ele dê um parecer", desconversou.

Nos bastidores, o petebista admite que acredita ficar com a vaga do pedetista, mesmo sendo de outra coligação. Neste ano, Muraki buscou reeleição para o quinto mandato e obteve 768 votos, mas ficou fora do Legislativo pelo quociente eleitoral.

Banha se mostrou tranquilo em relação ao processo e destacou que a Justiça não viu problema nos gastos. "Não concorri com liminar. O juiz deferiu minha candidatura, por isso não estou preocupado. Respeito e acredito no Poder Judiciário", afirmou o pedetista.

Os problemas entre Banha e a ala do governo começaram antes da eleição. A executiva estadual da legenda determinou que Banha integrasse a coligação da ex-prefeiturável Maria Inês Soares (PT). Prontamente seguiu as ordens, o que revoltou o grupo do governo, que passou a denominar o parlamentar como "traidor".

No domingo, o Diário publicou que o prefeito Clóvis Volpi (PV) estaria articulando para impedir que Banha consiga se eleger presidente da Câmara.