Há um mês, a Chery inaugurou sua planta em Jacareí, no Interior. O primeiro modelo a sair de lá (previsto para novembro) será o renovado Celer. Mas, enquanto isso não acontece, o consumidor precisa, mesmo, se contentar com a versão atual que, diga-se, não é tão boa de vendas. Seus emplacamentos têm média de 250 unidades mensais. Do outro lado da moeda está o Fox, hatch da Volkswagen que, no primeiro lugar do segmento – ranking divulgado pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) – conquistou mais de 50 mil consumidores do início do ano até agora.

Há quem diga que ambos nem são comparáveis, mas, avistando algumas semelhanças, resolvemos emplacar a pauta. Aliás, ao contrário do que se pensa, o Celer é melhor em vários pontos. Começando pelo preço, de R$ 33.990.

O concorrente da Volks parte de R$ 39.740 na versão 1.6 – configuração diferente desta que você vê nas fotos, a 1.6 Highline. Porém, como a motorização é a mesma, tomamos a liberdade de convocá-lo.

Pois bem. Mesmo mais caro, o Fox não oferece tudo que o Celer oferece. Para se ter ideia, itens como trio elétrico, ar-condicionado e rodas de liga-leve vêm de fábrica no chinês e, todos, são opcionais no VW. Somando só estes itens, o modelo da fabricante alemã sobe em R$ 5.432!

Em compensação, apesar da chatice de configurar os diversos pacotes oferecidos pela Volks, o Fox agrega itens indisponíveis no Celer. É o caso do sensor de estacionamento e do volante multifuncional, por exemplo.

DETALHES

Tudo bem, carro chinês tem mesmo fama de ser equipadão, mas, quando o assunto pende para o lado da qualidade, a coisa muda de figura.

Desde o acabamento, até o comportamento das suspensões e pós-venda, tudo é superior no Fox. 

No Celer, o encosto para os bancos só está presente em dois assentos na parte de trás. No painel e do lado de dentro das portas, o plástico duro incomoda. E, no quadro de instrumentos, os mostradores pequenos e a luz vermelha dão a sensação de algo ultrapassado.

No momento da condução o hatch da VW também dispara na frente. Apesar de ser maior, seu motor – 1.6 contra 1.5 – gera 4 cv a menos que o adversário (veja fichas técnicas). Por outro lado, o fato de o torque (de 15,6 mkgf) ser maior e disponível mais cedo, aos 2.500 rpm, deixa o Fox mais ágil. 

Vale ressaltar que o modelo é também quase 500 quilos mais leve em relação ao Celer. E o chinês, além de barulhento – a 120 km/h o ponteiro passa dos 3.500 giros – seu sistema de freios é bastante ruim e impreciso, e o que dizer do pedal da embreagem? Muito curta e dura. O câmbio manual de cinco marchas é preciso (não tanto quanto o do Fox), mas ruidoso. Realmente, em se tratando de mecânica, o chinês fica no chinelo.

Visual é um dos pontos fortes do Celer

Veredicto

Apesar de (bem) mais caro, o Volkswagen Fox vence o duelo. O mérito é todo dos detalhes como acabamento e comportamento mecânico: motor, câmbio e suspensão. Mas, ainda assim, quem prefere um carro equipado e relativamente barato, vale apostar as fichas no Chery Celer.