Economia Titulo Juros
Crédito fica ainda mais
tentador até dezembro

Custo médio dos empréstimos para consumidores, que era
de 45,1% ao ano, em janeiro, registrou 35,8% em setembro

Erica Martin
Do Diário do Grande ABC
29/10/2012 | 07:45
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O cenário parece ótimo para comprar. Afinal, a taxa de juros para quem busca crédito nas instituições financeiras está cada vez menor. De acordo com levantamento do Banco Central, o custo médio dos empréstimos para os consumidores, que era de 45,1% ao ano, em janeiro, registrou 35,8% em setembro. Mas a recomendação é adiar o consumo para dezembro.

"Outubro foi melhor que setembro e assim por diante até o fim do ano. O consumidor paga pelos juros no dia da contratação do empréstimo. Se a taxa cair na semana que vem, ele não se beneficiará com a redução ao pagar o valor devido ao banco pelos próximos anos", explica Oliveira.

De acordo com pesquisa da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), o juro do CDC (Crédito Direto ao Consumidor) para automóveis, por exemplo, registrou queda de 9,41%, em setembro, na comparação com agosto - caiu de 1,70% para 1,54%. É o menor registro da série histórica, iniciada em 1995. Mas a tendência é que o custo do financiamento fique menor. Segundo a associação, os juros médios para pessoa física ficaram em 5,81% no mês de setembro. "E a estimativa é que chegue a 5,60% até o fim de dezembro", explica o coordenador de estudos econômicos da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira. Além disso, o governo prorrogou até 31 de dezembro a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para a compra de carros, itens da linha branca, material de construção e móveis - ou seja, o consumidor não vai perder as vantagens tributárias se adiar o consumo por mais alguns dias.

Para se ter ideia, quem deixou para contratar o CDC para financiamento do automóvel, em setembro, ao invés de agosto, por exemplo, economizará R$ 1.592 quando terminar de quitar a dívida.

"Ainda há margem para quedas, é o começo da redução dos juros, até porque, a inadimplência está controlada", comenta o assessor econômico da FecomercioSP Guilherme Dietze. Último balanço da entidade mostra que, em agosto, 53,5% das famílias tinham alguma dívida - o índice caiu para 51,5% em setembro. O que também impulsionou a queda - e o que deve contribuir para que haja mais fôlego nos cortes até o fim do ano - é a maior competitividade entre as instituições financeiras.

PRÓXIMO ANO

Segundo Oliveira, da Anefac, a partir do início de 2013, a queda dos juros será mais espaçada. Em outubro, o BC (Banco Central) cortou pela décima vez a taxa básica de juros, a Selic, que atingiu 7,25% ao ano (a menor já registrada) com o objetivo de estimular o consumo e também incentivar a queda nas instituições financeiras. Mas a última ata do Copom (Comitê de Política Monetária), divulgada pelo BC, sinaliza que não haverá cortes na próxima reunião marcada para o fim de novembro. "E até março, a taxa não deve ser mais alterada", explica Oliveira. Portanto, sem as reduções do BC (que até o fim do ano poderá voltar a elevar a taxa), a tendência é que os bancos façam cortes mais brandos.

 

 

 




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