O micro, pequeno e médio empreendedor que deseja aperfeiçoar seus produtos e processos para tornar-se mais competitivo, e não dispõe de recursos para contratar consultoria ou teste de qualidade, pode solicitar apoio ao governo do Estado de São Paulo. Por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, foi assinado convênio com o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) com repasse de R$ 1,7 milhão para oferecer suporte aos técnicos e aos empresários. A parceria, renovada anualmente, reduz em até 90% os preços dos atendimentos.

Segundo o responsável pelo convênio, Fernando Batolla, podem usufruir dos serviços mais baratos os empreendedores que tiverem qualquer problema tecnológico, esteja ele relacionado ao item, ao processo de produção ou à embalagem. O IPT realiza o diagnóstico, faz o relatório ou o teste e soluciona o problema.

A parceria, que prevê o total de 222 atendimentos tecnológicos em seis meses, disponibiliza cinco tipos de programas.

O mais simples deles - e mais barato -, mas não menos eficiente, chamado de Prumo (Programa Unidade Móvel), leva a firmas dos setores de borracha, plástico, tratamento de superfície (como cromeação e niquelação), madeira e móveis, couro e calçados, tecido e confecções e cerâmica uma unidade móvel, com laboratório para a realização de análises e ensaios. "O atendimento dura entre dois e três dias, e pode ser feito no chão de fábrica da empresa", conta Batolla. "Sem o programa, seriam desembolsados em torno de R$ 5.000, porém, com ele, em torno de R$ 500."

Henry Mazziero Roman, proprietário da fabricante de artefatos de borracha Irmãos Roman, de Santo André, não só aprovou o atendimento do Prumo como o solicitou por três vezes. A primeira visita da unidade móvel aconteceu há seis anos, quando o problema detectado envolvia um tipo de borracha que levava muito tempo para ficar pronta. "Após a consultoria nós reduzimos em 60% o tempo de prensagem e, com isso, passamos a atender mais rápido. O resultado foi crescimento de 30% na produção e de 25% nos pedidos", conta Roman.

Na segunda visita, a demanda foi para verificar se a borracha resistiria à tração e às intempéries. Depois dos testes e do aprimoramento da formulação, o faturamento cresceu 12%. "Os técnicos do IPT são muito atualizados com o mercado. Eles indicaram que trabalhássemos com dois produtos que nem sabíamos que existiam", diz Roman. "Passamos a oferecer produtos top de linha e conseguimos grandes empresas como clientes."

A terceira vez foi quando ele adquiriu máquinas injetoras e deixou de lado o processo prensado. "Trabalhávamos de um jeito não muito produtivo, e eles nos ajudaram a melhorar isso", explica Roman.

O desembolso é "infinitamente mais baixo", diz Roman; o único senão é o tempo de espera pelo atendimento, que pode levar até 40 dias. Não fosse isso, dado que o pedido era urgente, teria recorrido pela quarta vez, para testar novo material.

Empreendedor tem opção para melhorar gestão e exportação

Aos empresários de micro, pequeno e médio porte que exportam e querem aperfeiçoar o processo ou o produto para concorrer lá fora, existe o Progex (Programa de Apoio à Exportação), que leva de quatro a seis meses e custa 10% do que o valor de mercado. "Em vez de desembolsar R$ 28 mil, pode gastar R$ 2.800. Os técnicos vão propor ensaios e protótipos de bancada", afirma Fernando Batolla, responsável pelo convênio do governo estadual com o IPT. Neste caso, não há restrições quanto à área de atuação.

Da mesma maneira, o empreendedor que visa maior competitividade no cenário interno e quer que seu produto tenha diferencial tecnológico, pode recorrer ao Qualimint (Qualificação para o Mercado Interno). O que desejar mostrar aos clientes que seu produto consome menos energia, por exemplo, existe o Prolimp (Programa de Produção mais Limpa). Por sua vez, o que necessitar de melhor gestão da produção, como soluções para problemas com estoque ou com peças que saem com defeito, pode solicitar o Gespro (Gestão da Produção).

Informações podem ser obtidas pelos telefones: 3218-5734 ou 3719-0302.