Economia Titulo Emprego
Região tem 44% das
vagas para concurso

São 3.966 vagas no País, das quais 1.742 pertencem à região,
distribuídas por Santo André (com a maioria) e São Bernardo

Vinicius Gorczeski
Especial para o Diário
28/11/2011 | 07:30
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Está aberta a temporada de concursos. São 3.966 vagas no País, das quais 1.742 pertencem à região, distribuídas por Santo André (com a maioria) e São Bernardo. O número significa 44% das vagas. O teto salarial é R$ 6.217,19, e no Grande ABC, R$ 5.316,08.

Mas conquistar a tão sonhada estabilidade não é fácil. É preciso ter em mente que o planejamento para fazer carreira pública começa muito antes da data da prova. O professor Fernando Costa, especialista no assunto há mais de duas décadas, diz que o primeiro passo é de fato querer. "É estar disposto a enfrentar um trabalho, que nem sempre é tão difícil. Não há fracassos, há soluções ineficazes", diz ele, que vê no estudo diário a principal dica para o concurseiro. O melhor: não é preciso ser especialista em todas as matérias, basta uma combinação de foco nas questões cobradas e interesse. Esse último é o elemento que vai ajudar a fixar melhor os conceitos aprendidos.

Segundo o diretor de recursos de humanos da Central de Concursos (que prepara candidatos para provas), José Luis Romero Baubeta, as carreiras mais cobiçadas são nos bancos públicos e no Judiciário. E a estabilidade é a parte mais ponderada pelos candidatos. "A pessoa visa não apenas um diploma, e sim qualidade de vida. A felicidade e necessidade devem caminhar juntas na escolha da carreira pública."

Foi o que planejou Izabela Borges Dumba Amoris, 29 anos. Formada há quatro anos em engenharia elétrica, exerceu a profissão por pouco tempo. Em 2008, pensou em abandonar a área. Não estudou, e o resultado não poderia ser outro senão a reprovação no concurso para técnica no judiciário do Tribunal Regional do Trabalho que ela prestou. Ficou na 1.900ª posição, mas não desistiu. Ela fez curso, programou horários de estudo e menos de um ano depois passou em concurso para a prefeitura de Santo André, com salário de R$ 1.000.

Na mesma época, fez de novo prova para o TRT, mas a vigência do concurso era para 2013, onde ficou na reserva. Enquanto isso, passou em mais três concursos: depois da prefeitura andreense, na Caixa Econômica Federal; de lá foi convidada ao Banco do Brasil, mas o salário era o mesmo (R$ 1.630) e preferiu ficar no BB. Mas então veio a boa notícia. Izabela mudou da região para trabalhar como técnica judiciária no TRT de Itu há dois meses. O salário? É de R$ 4.000. Ela passou na 20ª posição. "Não tem segredo, mas o que mais me ajudou foi treinar as provas das organizadoras dos concursos. Pois cada uma cobra questões bem específicas." Como aumento de salário ocorre mais via cargos de confiança, ela aguarda a abertura de edital para analista do TRT (previsto para 2013). Paga-se quase R$ 7.000. Ela já disse que vai concorrer.

 

Reprovar várias vezes é normal, diz professor

 

Engana-se quem pensa que reprovar diversas vezes é incomum. Pelo contrário, segundo o professor Costa. Ele destaca que é preciso levar em conta que a cada prova em que o candidato é barrado, gera-se uma oportunidade de aprendizado que se estende para os próximos concursos. "O conselho é não desistir. Se a pessoa quer mesmo passar em concurso, verá que não existem fracassos, e sim soluções ineficazes", afirma o especialista.

VÉSPERA - Um dos problemas que os concurseiros novatos não levam muito em conta é que estudar na véspera - antecedência essa que chega a ser de vários meses antes do exame - muitas vezes não é suficiente para conseguir a nota azul na prova.

Ele exemplifica que não raro advogados, por exemplo, que são ótimos profissionais, encontram dificuldades em passar. Isso porque não houve planejamento para os estudos. Ou seja, ter bom desempenho na carreira escolhida não garante vaga nas empresas públicas.

Para contornar esse problema, Costa afirma que o aprendizado é assimilado pelos estudantes por etapas. O preparo deve ser regular. Não há horas específicas necessárias para o sucesso: desde que o curto prazo às vezes disponível seja utilizado para reforçar a memória - principal aliada do estudante.  "Via de regra o estudante não passa de primeira. Também não pode ter medo da concorrência. Isso porque 40% dos inscritos nem vão fazer a prova. E dos demais 60% a 70% dos que prestam concurso, apenas entre 5% e 8% estão de fato preparados para passarem", sustenta o diretor de recursos humanos a Central de Concursos, José Luis Romero Baubeta.




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