Política Titulo Santo André
Candidata a vice projeta espaço no governo
Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
23/10/2012 | 07:16
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Candidata a vice-prefeita de Santo André na chapa de Carlos Grana (PT), Oswana Fameli (PRP) sustenta que, em caso de vitória nas urnas, há expectativa de atuar ativamente na gestão, colocando-se à disposição do petista para assumir posto por se sentir preparada. "Se ele achar que eu tenho competência estou pronta", diz, ao completar que poderia servir na Educação - assim como Dinah Zekcer (PTB), ela é educadora. Oswana afirmou que será a ‘carne de pescoço' para que o plano de governo seja cumprido. Debutante em eleição, a postulante afirmou que tem conseguido agregar à dobrada pelo perfil diferente ao do PT. "Sou o caroço que virou a cereja do bolo."

 

DIÁRIO - Diferentemente de outros vices, a senhora optou pelo engajamento na campanha. Essa decisão foi estratégica pelo perfil ou por ser debutante em eleições?

OSWANA FAMELI - Um pouco por debutar numa campanha, um pouco para entender exatamente o funcionamento da cidade, outro para poder propagar a construção do programa de governo. Tenho contado com a cumplicidade do (Carlos) Grana, por isso estou sempre junto, mostrando minha vontade em trabalhar em prol de Santo André. Foi uma simbiose, que combinou muito bem.

 

DIÁRIO - Como empresária, qual a análise que faz do governo Aidan Ravin (PTB)?

OSWANA - Sou do 2º Subdistrito, onde existe sentimento de abandono. Na campanha, pude perceber que esse sentimento está em todo canto da cidade. Há falta de gestão, de acompanhar o encaminhamento dos projetos. Santo André parou no tempo e deixou de se colocar no cenário nacional. Estagnou. Como vice-presidente (licenciada) da Acisa posso dar um exemplo disso: a cidade não terá enfeite de Natal porque não houve competência para simplesmente renovar o contrato. Falta vontade política. Dá para citar também a queda de pontos no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) e digo isso com dor no coração. Há incoerência na gestão. O Grana nos colocou em contato com ministros que mostraram que é possível mudar esse quadro. Ele fala que serei a carne de pescoço, pois ficarei em cima (na cobrança). O compromisso é muito grande. Isso faz a diferença na nossa candidatura. Nós temos metas, pautadas por ações.

 

DIÁRIO - Numa eventual vitória do PT, qual sua perspectiva de atuação no governo, possivelmente na Educação? Se sente preparada para ocupar uma secretaria?

OSWANA - A perspectiva é trabalhar por Santo André. Estou à disposição para servir. Para isso entrei numa campanha política. Se o Grana achar que eu mereço e tenho competência, estou pronta. É claro que me sinto preparada. Se ele achar que devo ficar como braço-direito também fico tranquilamente. Estou pronta para o que ele precisar de mim. Vejo que poderia ajudar na Educação, que é a área a qual conheço mais. Mas vim para contribuir. Quero servir, independentemente da forma de atuação.

 

DIÁRIO - Qual avaliação que faz das pesquisas, que apontam o PT na dianteira? Esse cenário traz confiança na reta final?

OSWANA - Fica evidente que a população quer mudança. Vê que Santo André tem muito mais possibilidade de avançar. Por isso estamos numa força-tarefa para mostrar participação, de levar esperança. A junção Grana e Oswana é bem-vista, é organizada e articulada. Com isso, tem aumentado nas últimas semanas o número de mentiras (contra a candidatura), com ataques pessoais nas redes sociais. Isso tem assustado. Esse é o ato feito da política, pois se perde a ética e bons princípios.

 

DIÁRIO - Na eleição de 2008, foi imputado à vice Dinah Zekcer (PTB) parcela de destaque na vitória do Aidan Ravin (PTB). Qual a projeção que a senhora faz da sua capacidade de agregar para a candidatura do PT?

OSWANA - Sou o caroço que virou a cereja do bolo. Essa coligação PT/PRP é junção inovadora. Quando se começou a discutir (o posto de vice), para o PT eu não era o PT, que, na maioria das vezes, teve chapa (fechada) com vice de perfil parecido. Eu era o perfil diferente. Sou a pessoa de fora, que não possui o mesmo perfil (é empresária do ramo educacional), que agrega ao perfil do Grana (ligado às classes sindicais), que também tem traço do diálogo, do PT mais aberto. Aumenta a possibilidade de interlocução com outras frentes. Isso quebra possíveis preconceitos, pois iremos ter foco (de gestão) ao setor mais necessitado, mas sem esquecer em nenhum momento que faremos política para todos.

 

DIÁRIO - Diante do panorama do segundo turno, é certo que uma mulher será vice. Assim, em 2016 serão 12 anos de uma mulher como vice-prefeita. É coincidência ou reflete no eleitorado, de maioria feminina, em Santo André?

OSWANA - É conjunto de fatores. Chegou a hora de a mulher se colocar, de fazer a diferença. Prova disso é a nossa presidente (Dilma Rousseff, PT) e outras presidentes pelo mundo afora. Passamos momento em que a mulher tem obtido papeis de direção em grandes empresas. Penso que isso é só o começo, pois a mulher vem se apropriando de espaço por questões de igualdade, conquistando os mesmos lugares e tendo as mesmas oportunidades de fazer diferença.




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