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Como os desfiles começaram?
Juliana Ravelli
Do Diário do Grande ABC
14/10/2012 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


Os desfiles começaram na segunda metade do século 19, mas eram diferentes dos supereventos que acontecem hoje. Foram criados pelo inglês Charles Frederick Worth (1825-1895), que vivia em Paris, na França. Naquela época, a cidade era famosa por influenciar a moda de todo o mundo.

O costureiro (ainda não existia o termo estilista) teve a ideia de mostrar as roupas que criava para as clientes ricas em modelos vivos. Antes disso, as peças eram exibidas em manequins (como bonecas em tamanho natural) feitos, em geral, de madeira, porcelana ou alabastro (tipo de pedra).

Worth montava a apresentação em sua loja chique. Escolhia moças com corpos semelhantes aos das compradoras para que, durante o desfile, elas imaginassem como ficariam vestidas. Até a mulher dele, Marie Vernet Worth, desfilava, sendo considerada uma das primeiras modelos.

Foi também graças ao costureiro que nasceu a alta-costura. Já ouviu falar? É a criação de roupas únicas, produzidas com materiais de qualidade e exclusivamente para alguém. Por isso, são bem caras.

Foi no início do século 20, porém, que os desfiles realmente se desenvolveram. A principal responsável foi a estilista inglesa Lady Duff-Gordon (1863-1935). Conhecida como Lucile, os transformou em espetáculos. Inventou o desfile em passarela, nos quais preocupava-se com a beleza do espaço em que as peças seriam apresentadas e iluminação. Incluiu até mesmo trilha sonora durante a exibição. Foi então que as modelos se profissionalizaram, tornando-se respeitadas.

Os desfiles se espalharam pelo mundo, ficando mais populares a partir dos anos 1960 e 1970. Atualmente, são eventos muito esperados por quem gosta de moda.

 

Eventos mostram tendências de cores, tecidos e estilo das peças

Muita gente acha as roupas apresentadas em desfiles estranhas. Na verdade, várias delas não são mesmo feitas para serem usadas nas ruas. O objetivo principal do estilista é mostrar tendências de cores, estampas, tecidos, formatos e estilo. Por isso, desenvolvem peças ousadas para chamar a atenção de todos. Assim, o que foi mostrado nas passarelas vai influenciar a criação daquilo que realmente será vestido pelas pessoas.

Os estilistas podem se inspirar em qualquer coisa para elaborar as coleções das marcas: arquitetura, arte, um lugar do mundo, a cultura de um país e até problemas sociais, como fome e pobreza. Pesquisam tudo sobre o assunto para, então, ter as ideias de como fazer as peças. É preciso muita criatividade, além de estudar bastante.

As Semanas de Moda (Fashion Week, em inglês) são eventos que reúnem desfiles de marcas superfamosas. As mais respeitadas acontecem em Milão, Paris, Nova York e Tóquio. Já no Brasil, as mais importantes são a São Paulo Fashion Week e o Fashion Rio.

 

Saiba mais

- As criações do inglês Charles Frederick Worth se tornaram tão famosas que mulheres ricas de vários países da Europa e dos Estados Unidos viajavam até Paris para conferir e comprar as caríssimas peças.

- Neste ano, a brasileira Gisele Bündchen, 32 anos, foi considerada a top model mais bem paga do mundo pela oitava vez consecutiva. Calcula-se que ela tenha ganhado US$ 45 milhões (cerca de R$ 90 milhões) somente entre maio de 2011 e maio de 2012.

 

Andrezza Tanaka Chiavelli, 11 anos, (à dir.) sempre brincava em casa de desfilar com as bonecas e as colegas. "A gente descia as escadas e tirava fotos umas das outras. Como sou menina, já quis ser modelo um dia." A amiga Giuliana Scorse Costa, 10, (à esq.) também curte moda. "Gosto dos vestidos e das combinações que os estilistas fazem. Tem cores que a gente acha que não combinam e, quando eles misturam, o resultado fica bonito." As meninas, de Santo André, esperam conferir de pertinho eventos internacionais de moda quando crescerem. "Sempre pensei em ir para os Estados Unidos e para a França para assistir aos grandes desfiles", afirma Andrezza.

 

Consultoria de Simone Santos, professora de Estilo da Sigbol Fashion.

 

 




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