Passada a euforia pela reeleição, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), começa a trabalhar a governabilidade do segundo mandato.

Marinho se reuniu ontem à tarde com os 20 dos 28 vereadores eleitos que vão compor a bancada de situação na próxima legislatura.

O prefeito convocou os aliados para colaborar com o PT em Santo André, Diadema e Mauá, cidades em que a eleição para prefeito será definida no segundo turno.

Para isso, o petista se amparou nas figuras do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sua sucessora, Dilma Rousseff, líderes que comandam um projeto político de âmbito nacional .

"Sei que em algumas cidades temos a peculiaridade de sermos adversários pontuais, mas é importante deixar claro que no nosso projeto maior somos parceiros estratégicos", disse Marinho, em referência aos parlamentares eleitos de outros partidos.

Em Santo André, o prefeito Aidan Ravin (PTB) é o principal adversário do candidato ao Paço, Carlos Grana (PT). Em Mauá, a prefeiturável Vanessa Damo (PMDB) é rival do petista Donisete Braga. Já em Diadema Lauro Michels (PV) ameaça a reeleição do prefeito Mário Reali.

Nas três cidades o cenário é diferente de São Bernardo, em que o PTB conseguiu manter Frank Aguiar como vice de Marinho. O PMDB, mesmo alijado da chapa majoritária, conseguiu reeleger o vereador Gilberto França e o PV mantém o apoio ao chefe do Executivo.

Para assegurar a vitória dos companheiros, Marinho está disposto a manter o ritmo imposto durante a campanha à reeleição, quando fez corpo a corpo com eleitores de manhã, no horário de almoço, no fim da tarde e nos fins de semana.

Além de convocar a participação dos aliados no segundo turno, Marinho agradeceu aos vereadores eleitos o apoio que recebeu durante o pleito. "Agradeço a todos vocês pelo empenho na eleição e também a todos aqueles que sonharam e em estar presentes nessa mesa, mas infelizmente não estão aqui", considerou o prefeito.

Com 637 aspirantes a uma cadeira de vereador, alguns parlamentares experientes, como Ary de Oliveira (PSB) e Ivanildo Santana (PTB), não conseguiram renovar o mandato.

Marinho vai iniciar a segunda gestão com ampla maioria na Casa. Dos 28 vereadores que atuarão na Câmara, 20 são da base aliada. Durante a eleição, o prefeito se queixou que a maioria oposicionista do início do atual mandato "castigou" o governo.

Agora, com ampla maioria governista no Legislativo, a oposição pouco poderá fazer para brecar os projetos encaminhados pelo prefeito.

ELEIÇÃO DA MESA

A vantagem numérica que Marinho terá na Casa será reflexo na escolha dos vereadores que vão compor a mesa diretora da Câmara no biênio 2013-2014. Após ser derrotado por Hiroyuki Minami (PSDB) no pleito para a presidência da Câmara em 2010, o petista Tião Mateus está novamente de olho no posto.

Parlamentar mais votado no pleito de domingo com 6.844 sufrágios, o petista espera recuperar a oportunidade perdida na articulação do vereador pelo PPS Otávio Manente (morreu em 2011), que resultou na formação do então bloco independente. A manobra promovida pelo popular-socialista foi determinante para a eleição de Minami, que surpreendeu os governistas.

Marinho tem evitado comentar sobre a eleição da Câmara, afirmando que a discussão sobre o tema começará a partir de dezembro. Apesar disso, a tendência é que o comando do Legislativo fique nas mãos de um vereador petista.