Economia Titulo Vendas
Pequenas indústrias têm tímido desempenho no 1º semestre
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
11/10/2012 | 07:06
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A forte e desleal concorrência com produtos importados por conta do câmbio desfavorável e da alta carga tributária no País, que também acarreta problemas de competitividade, e a dependência por financiamentos fazem com que as micro e pequenas indústrias sofram dificuldades na hora de alavancar seu faturamento. Tanto que, no primeiro semestre, suas vendas no Estado de São Paulo superaram em 2,6% o montante comercializado de janeiro a junho de 2011. Ainda assim, foram injetados R$ 35,7 bilhões na economia paulista.

 

Isso é o que aponta o Impi (Indicadores da Micro e Pequena Indústria Paulista), pesquisa realizada pelo Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) em conjunto com a Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados). O estudo é o primeiro de série que será divulgada todo semestre.

O desempenho das indústrias de janeiro a junho, avaliado como modesto, gerou receita inferior à dos demais setores. O faturamento das MPEs (Micro e Pequenas Empresas) de serviços cresceu 10,3% e, o de comércio, 7,2% na comparação com o mesmo período do ano passado. A média geral foi de alta de 7,6% - desde 2008, porém, quando eclodiu a crise econômica, o faturamento cresceu 12 vezes mais.

Em relação ao emprego, em junho as MPEs industriais apresentaram queda de 2,3% na ocupação, em relação ao mesmo mês do ano anterior, o que equivale a redução de 25,9 mil trabalhadores. Durante todo o primeiro semestre, os empregos do setor ficaram abaixo do verificado no mesmo período de 2011.

RAIO X

 

De acordo com a pesquisa, existem hoje no Estado 151.162 MPEs industriais. Esse volume equivale a 97,2% do total das empresas paulistas desse setor - apenas 2,8% são médias e grandes. A indústria de transformação, que abrange atividades de itens não duráveis (como confecções e alimentos e bebidas), intermediários (produtos de metal, borracha e plástico) e de capital e duráveis (máquinas e equipamentos, automobilística e autopeças), responde por 65,4% do total das pequenas do segmento. O restante é construção civil (33,6%) e extração mineral (1%).

A maioria dessas companhias, 30.977 (20,5%), está no subsetor de confecções de artigos de vestuário. Na sequência, aparece fabricação de produtos de metal, com 16.709 (11,1%).

No Grande ABC, que abriga 8.525 MPEs da indústria de transformação - o que corresponde a 5,6% do total do Estado -, essa relação se inverte. A maioria, 1.582 (18,6%), está na fabricação de produtos de metal e, 891 (10,5%), na confecção de artigos do vestuário.

Segundo a economista do Sebrae Mariana Rutkowski, os setores voltados à produção de intermediários e bens de capital e duráveis foram os que menos cresceram na indústria no semestre. "Como na região existe presença maior de empresas nesses segmentos, o impacto (da queda no faturamento) pode ter sido maior", explica, justificando que a pesquisa não é aberta por município por conta da margem de erro. Hoje o Sebrae avalia apenas o desempenho das vendas das MPEs do Grande ABC no mês.

 

 




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