Economia Titulo Mudança de hábito
Maioria dos universitários
quer ter um negócio próprio

Pesquisa do Data Popular afirma que 55,9% dos estudantes
pretendem empreender; foram entrevistadas 3.005 pessoas

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
10/10/2012 | 07:15
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O universitário de hoje almeja, assim que se formar, ser o dono do próprio negócio. Mas não foi sempre assim. O estudante do Ensino Superior no Brasil de 20 anos atrás não via a hora de pegar o diploma e conseguir cargo em um banco ou uma multinacional e se aposentar por lá. O de dez anos para cá, tornou-se um "rato corporativo", conforme pontua o sócio-diretor do Instituto Data Popular, Renato Meirelles, permanecendo pouco tempo no emprego e mudando para outro que pague salário maior. "Hoje, o universitário não quer ter patrão."

Segundo pesquisa do Data Popular, 55,9% desses estudantes pretendem abrir uma empresa - foram entrevistadas 3.005 pessoas, de cursos aleatórios, entre maio e junho. O que explica o expressivo percentual, de acordo com Meirelles, "é a vontade de empreender típica das classes C e D, que, conforme foram entrando no mercado, passaram a ditar esse cenário". De fato, esse estrato da sociedade conquistou um lugar ao sol com o aumento da renda e do poder de compra e passou a ocupar a maioria das cadeiras nas faculdades. A classe C responde por 67,7% delas e, a D, por 8,1% - mais do que a A, com 5,7%.

O maior ingresso da classe média na universidade também trouxe novo ânimo. Segundo Meirelles, seus integrantes são mais otimistas. Tanto que 55,7% dos estudantes consideram-se mais felizes do que no ano passado, enquanto que entre os que não frequentam curso superior, 42%.

Em dez anos, o número de universitários matriculados em instituições públicas e privadas do País cresceu 77,1%, para 6,2 milhões. O volume de estudantes que trabalham também aumentou, de 66% em 2002 para 70% neste ano. O total de renda recebida por eles, igualmente subiu: eram R$ 48,7 bilhões e passou a R$ 84,7 bilhões (74% mais).

PRAZO - Boa parte dos entrevistados entrou há pouco na faculdade e, do total que mencionou o desejo de se tornar empreendedor, 25,5% pretendem ter o próprio negócio entre dois e cinco anos.

O trabalho desenvolvido pelo Sebrae junto às universidades também pode ter contribuído ao resultado da pesquisa. A entidade propõe como desafio aos estudantes um jogo virtual que simula a rotina de uma empresa a fim de aguçar a vontade de ser empresário.

Segundo a gerente regional do Sebrae-SP, Josephina Cardelli, outro programa que busca estimular ações empreendedoras entre os jovens propõe parcerias com universidades para que elas introduzam no dia a dia matérias que desmistifiquem o assunto.

 

 




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