Política Titulo Mudança
Grande ABC renova
58% dos vereadores

São 83 novatos entre 142 parlamentares; Ribeirão Pires
lidera o ranking de troca de cadeiras entre as sete cidades

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
09/10/2012 | 07:35
Compartilhar notícia
Celso Luiz/DGABC


As sete Câmaras do Grande ABC tiveram renovação média de 58,45% nas eleições municipais. Das 142 cadeiras de vereador, 83 serão ocupadas por políticos que não estão na atual legislatura (veja quadro completo na arte acima).

A cidade com maior percentual de novos parlamentares é Ribeirão Pires. Ao todo, 12 dos 17 vereadores são debutantes - 70,59% de renovação. Os estreantes são Mercedes D'Orto (PV), Gabriel Eld Roncon (PR), Hercules Giarola (PR), Gê do Aliança (PV), Rubens Fernandes da Silva, o Rubão (PMDB), José Maria Adriano (PMDB), Anderson Benevides (PMN), Cléo Meira (PTN), Renato Foresto (PT), Silvino Castro (PRB), Professor Flávio Gomes (PPS), Nelson Paixão (PPS).

O município com menor índice de reestrutura legislativa foi Diadema, onde dez vereadores conseguiram se reeleger para uma Casa com 21 vagas. Os novatos são José Augusto (PSDB), Ronaldo Lacerda (PT), Ricardo Yoshio (PDT), Josa Queiroz (PT), Pastor João Gomes (PRB), Lúcio Araújo (PV), Marcos Michels (PV), Lílian Cabrera (PT), Reinaldo Meira (PR), José Zito da Silva, o Zezito (PR), e Luiz Paulo Salgado (PR).

O pleito indicou reeleição média de 41,55% nos Legislativos da região. O percentual ocasionou derrotas de parlamentares tradicionais do Grande ABC, como os andreenses Cláudio Malatesta (PT), José Ricardo (PSB) e Israel Zekcer (PTB); os são-bernardenses Matias Fiuza (PT) e Ary de Oliveira (PSB); os são-caetanenses Maurício Fernandes (PSB) e Maurílio Pompilio (PPS); os diademenses Marion Oliveira (PPL) e Laércio Soares (PCdoB); os mauaenses Luiz Alfredo dos Santos Simão (PSB) e Silvar Silveira (PV). João Lessa (PSDB) e Antônio Muraki (PTB), ambos de Ribeirão Pires, e Valdir Marques (PSDB) e Clodoaldo Nascimento (PSDB), de Rio Grande da Serra, também ficaram fora da próxima legislatura.

Um dos fatores do índice de renovação foi a abertura de 34 cadeiras de vereador. Em 2008 eram 108 vagas de parlamentar. O número para 2012 saltou para 142 após aprovação no Congresso de projeto que possibilitava o aumento de cargos de vereador. No Grande ABC, somente Santo André não aceitou acrescer cadeiras. Diadema optou por adicionar mais quatro gabinetes em vez dos seis permitidos por lei. As demais decidiram pelo teto constitucional.

Em 2008, a renovação nas Câmaras foi de 46%, com 49 representantes eleitos que não figuravam no quadro de vereadores da legislatura de 2005 a 2008. Na ocasião, Rio Grande da Serra registrou a maior taxa de readequação legislativa, com a reeleição de apenas três parlamentares. A partir de 2013, somente cinco políticos continuarão com mandato na Casa de Leis da cidade.

PT e PTB polarizam Sto.André

Protagonistas da eleição majoritária, PT e PTB polarizam também nova formação da Câmara de Santo André. São cinco vereadores petistas eleitos e quatro petebistas.

O prefeito Aidan Ravin (PTB) conseguiu emplacar nomes mais próximos à sua administração, como os assessores Luiz Zacarias (PTB) e Edson Sardano (PTB), além do líder de governo Ailton Lima (PTB). Outros aliados de partidos coligados também angariaram espaço no Legislativo, como Bahia (DEM) e Toninho de Jesus (DEM).

Já desafetos velados do chefe do Executivo não retornam à Casa. Casos de Gilberto do Primavera (PTB) e Pinheirinho (DEM). Por outro lado, vereadores que apoiavam outros prefeituráveis, mas com boa relação com Aidan, mantiveram o mandato, como Sargento Juliano (PMDB), José de Araújo (PMDB) e Donizeti Pereira (PV).

O PT perdeu uma cadeira na Casa, mas se mantém como maior bancada do Legislativo. Aparecem na lista os atuais vereadores petistas Tiago Nogueira e Montorinho. E foram eleitos Eduardo Leite (filho do parlamentar Antônio Leite), Bete Siraque (mulher do deputado federal Vanderlei Siraque) e Luiz Alberto, que não estava cotado no partido para se eleger.

Prediletos de Marinho se elegem

O governo do prefeito reeleito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), terá ampla maioria na Casa e conseguiu emplacar nomes que trabalhava para a vereança.

Na lista dos prediletos figuravam Marcos Lula, filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-secretário de Obras José Cloves e o ex-gestor de Esportes José Luiz Ferrarezi. Eleitos, eles ganharam status de candidatos do Paço, situação que incomodou alguns vereadores, embora o assunto não fosse comentado abertamente.

A nova legislatura apresenta regresso de nomes carimbados na política são-bernardense e derrotas de outros caciques da cidade que tinham a eleição praticamente garantida.

Retornam ao Legislativo José Walter Tavares (PCdoB), Ramon Ramos (PDT), Martins Martins (PCdoB) e Osvaldinho Camargo (PPS). O ex-vereador e ex-deputado Waldir Cartola conseguiu emplacar o filho, Pery Cartola (PPS).

Edinho Montemor (PDT) - que já foi deputado federal - e Giba Marson (PTB) - ex-parlamentar estadual - não obtiveram êxito nas urnas. O ex-vice-prefeito José Roberto de Melo (PRB) também ficou fora da Câmara.

Pinheiro garante três cadeiras

A estratégia do prefeito eleito de São Caetano, Paulo Pinheiro (PMDB), em mirar o voto na legenda surtiu efeito. Mesmo com apenas quatro partidos sustentando a candidatura contra 19 legendas da campanha adversária derrotada (chefiada pela petebista Regina Maura Zetone), a coligação elegeu três vereadores, quando vivia expectativa de fazer, com sorte, dois nomes.

O voto de legenda no PMDB foi o recordista da eleição, com 3.145 sufrágios. Os aliados tiveram pouca expressão na ajuda: PTN com 18, PCdoB chegou a 19 e PPL, oito. O número 15 (do PMDB) foi superior ao computado pelo parlamentar eleito mais votado, Beto Vidoski (PSDB), com 3.026 adesões.

A legenda impulsionou eleição de José Roberto Xavier (PMDB, 2.188 votos), Eder Xavier (PCdoB, 1.247) e Roberto do Proerd (PMDB, 1.093).

A maior bancada, no entanto, continua sendo a do PTB, com quatro eleitos. A sigla não repôs a cadeira perdida com saída de Pinheiro para o PMDB. PSD e PSB empatam com peemedebistas na segunda posição, tendo duas cadeiras cada. PSDB, PR, PDT, PP, PT, PCdoB e PHS fizeram um vereador.

Diadema terá ex-prefeituráveis

Ex-prefeito, ex-deputado federal e ex-parlamentar estadual, José Augusto da Silva Ramos (PSDB) vai debutar como vereador em Diadema. O tucano confirmou expectativa de votação expressiva, liderou o quadro de parlamentares e, de quebra, garantiu a reeleição de José Dourado, presidente do tucanato diademense.

A estratégia do PSDB de Diadema foi manter representatividade no Legislativo. Para isso, tirou José Augusto da corrida à Prefeitura (mesmo com ele já homologado para concorrer ao Paço) e o alocou na briga por vaga na Casa. Ele recebeu 7.254 votos.

Outro prefeiturável de quatro anos atrás estará entre os 21 vereadores a partir de janeiro. O médico Ricardo Yoshio, que tinha arrebatado 13.421 adesões em 2008 pelo PMN, recebeu 4.197 sufrágios e foi o sexto mais votado em Diadema.

Apesar do desempenho de José Augusto, a bancada do PT segue como a maior da Câmara. E, desta vez, mais fortalecida do que em 2008. Foram seis petistas eleitos ante cinco da atual legislatura.

O PV também registrou crescimento. Adicionou mais um vereador eleito do partido e se consolidou como segundo maior grupo na Câmara.

Figurões retornam em Mauá

Os eleitores de Mauá contemplaram figuras tradicionais da política da cidade na composição da Câmara. Admir Jacomussi (PRP), Wagner Rubinelli (PT) e Chiquinho do Zaíra (PTdoB) regressam ao Legislativo depois de carreiras mais robustas na última década.

Admir partirá para seu oitavo mandato após ter comandado a Secretaria de Obras no governo de Leonel Damo (PMDB), entre 2005 e 2008. Se lançou para vereador porque Atila Jacomussi (PPS), seu filho, tentou ser prefeito neste ano - foi terceiro lugar.

Parlamentar municipal no início dos anos 1990, Rubinelli tenta recomeçar politicamente após ter mandato de deputado federal. Ele tinha saído do PT e ido ao PPS na eclosão de suposto caso de Mensalão na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva. Voltou às origens em busca de cadeira no Legislativo mauaense.

Chiquinho também busca resgatar o poder político em Mauá. Depois de comandar a Câmara no fim da década de 1990, o trabalhista mirou eleições de deputado e até prefeito. Todas empreitadas naufragaram. Em 2008, disputou segundo turno contra Oswaldo Dias (PT) na briga pelo Paço, mas foi derrotado.

Volpi e Saulo emplacam nomes

O prefeito eleito de Ribeirão Pires, Saulo Benevides (PMDB), e o atual chefe do Executivo, Clóvis Volpi (PV), conseguiram emplacar seus nomes favoritos ao Legislativo para o próximo mandato.

Indicada do verde, Mercedes D'Orto (PV) foi a candidata mais votada do município, com 1.226 votos. Volpi se empenhou na candidatura da correligionária pela proximidade com a família dela, que é tradicional na cidade.

Ex-secretário de Assistência Social, Eduardo Nogueira (PV) também recebeu pleno apoio do prefeito, mas o verde obteve 814 sufrágios.

Saulo emplacou o sobrinho Anderson Benevides (PMN). Durante toda campanha eleitoral, candidatos da coligação peemedebista reclamaram da preferência do então prefeiturável, que sempre pediu voto para o peemenista. A estratégia angariou 718 votos.

RIO GRANDE DA SERRA

Em Rio Grande da Serra, a surpresa ficou para Clodoaldo Nascimento (PSDB). Mais votado em 2008 com 869 votos, neste ano ele não conseguiu a reeleição. O tucano obteve 328 votos. O desempenho ruim surpreendeu toda a coligação.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;