Foi com um sorriso no rosto que o candidato do PDT à Prefeitura de Santo André, Raimundo Salles, chegou para votar na Escola Estadual Doutor Américo Brasiliense por volta das 10h30 de ontem, de mãos dadas com sua mulher, Glaucya Taraskevicius. Logo na entrada foi abordado por cerca de 20 eleitores, a maioria adolescentes, que o tietavam tirando fotos em celulares e iPads.

Salles estava confiante. "A pesquisa estimulada (quando são apresentados os nomes dos candidatos) tem muitas distorções e não representa o resultado final da eleição. Mesmo que consideremos o resultado da última pesquisa, 39% ainda não tinham candidato em Santo André", afirmou, apostando no voto dos indecisos.

Questionado se a migração do DEM para o PDT poderia ter contribuído para mantê-lo na terceira posição do ranking das pesquisas, o candidato negou, e agradeceu: "Essa foi uma das melhores coisas que aconteceram, somada à aliança com o PSDB (firmada uma semana antes do início das campanhas)".

Para Salles, muita coisa poderia mudar, já que o processo político possui dinâmica própria e, de acordo com ele, as pesquisas não refletem os resultados finais da eleição. "Minha candidatura ajuda a oxigenar o processo político de Santo André. Tenho certeza de que vou surpreender nas urnas."

Esta é a quarta eleição de Salles, que já se candidatou a deputado estadual, federal e duas vezes a prefeito.

Fatalidade

Enquanto o pedetista concedia entrevista, a poucos metros o corpo de um homem de 54 anos, que infartou enquanto passava em frente à escola Américo Brasiliense por volta de 7h30, ainda aguardava ser retirado pelo IML (Instituto Médico-Legal). Somente após mais de três horas sob sol forte, ele foi levado. O saco que cobria o cadáver foi abandonado na Praça 4º Centenário, e acabou se misturando aos inúmeros panfletos que formavam um tapete colorido sobre o gramado do local.