A dois dias da eleição, os carros de som da campanha da petista Maria Inês Soares, candidata à Prefeitura de Ribeirão Pires, focam em mensagens sobre a situação jurídica de seus adversários Edinaldo de Menezes, o Dedé (PPS), e Saulo Benevides (PMDB). Sem citar nomes, o áudio fala sobre os processos que os concorrentes enfrentam na Justiça Eleitoral e, além disso, afirma que a candidata é ficha limpa e tem experiência para assumir o município - Maria Inês esteve no comando do Paço entre 1997 e 2004.

"A gravação é para alertar as pessoas sobre a situação jurídica dos demais candidatos", falou Maria Inês.

As duas ações movidas contra Saulo, pela coligação ‘Unidos para seguir avançando', encabeçada por Dedé, já foram julgadas improcedentes pelo juiz eleitoral de Ribeirão Pires, José Wellington Bezerra da Costa Neto.

Um processo acusava o peemedebista de abuso de poder econômico - Saulo teria usado um jornal da cidade a seu favor, além da estrutura de campanha para distribuir a publicação. O outro frisava a participação da vice do peemedebista Lair da Apraespi (PSC), que já foi substituída pela irmã Leo da Apraespi, na inauguração de uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento 24 horas), ação proibida para candidatos. Entretanto, o advogado de Dedé, Alexandre Damásio Coelho, entrou com recurso para tentar reverter as duas decisões no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) - para onde os processos foram encaminhados.

Já a situação do popular-socialista é mais delicada. A Justiça Eleitoral de Ribeirão Pires e o TRE enquadraram Dedé na Lei da Ficha Limpa e indeferiram sua candidatura por abuso de poder econômico - ele teria encartado panfleto político no jornal da família em 2004.

A defesa do candidato tentou reverter a situação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O ministro Marco Aurélio de Mello negou o recurso porque não chegou nas suas mãos o protocolo do processo original (com os argumentos da defesa e acusação), o que é exigido por lei. Os advogados do candidato entraram com outro recurso para que o conteúdo do processo seja analisado. 

CAMPANHA

Na reta final, a chapa petista está priorizando reuniões fechadas. "Nesta última semana focamos em ações mais pontuais para atingir os eleitores que estão mais interessados em debater o programa de governo, principalmente os formadores de opinião, como religiosos e pessoas ligadas diretamente aos bairros, como representantes de associações", explicou José Roberto Mello, um dos coordenadores da campanha de Maria Inês.

A petista reiterou que já visitou todas as vilas da cidade. "Inclusive nos bairros maiores, como Ouro Fino e Jardim Caçula, fomos várias vezes para atingir todas as partes, por isso o foco agora é nas reuniões e conversas."