No Brasil, os bonecos vem ganhando espaço na telinha há anos. Seja em programas em que as estrelas principais são os bonecos, como o Cocoricó, ou quando dividem as câmeras com apresentadores, caso do papagaio Louro José. Grande inspiração são os Muppets. "Todo bonequeiro bebeu da fonte do Jim Henson. Ele é o bisavô da nova geração de fantoches", conta Álvaro Petersen Jr., bonequeiro há 25 anos.

Responsável por dar vida a alguns personagens do Cocoricó como avó do Júlio, índia Oriba e Dito, Álvaro revela que a missão não é fácil. "Ser a alma dos bonecos exige trabalho intenso de interpretação. Muitas vezes a cara que o personagem faz é a mesma do manipulador. Isso dá mais veracidade."

Para os profissionais que doam a voz e a interpretação aos amigos de espuma, pano e plástico, o grande segredo é ver o mundo do jeito que o fantoche veria. "Cada personagem tem uma vida própria", diz Fernando Gomes, a mão que fica por trás do Júlio, do Cocoricó.

Outra coisa que mantêm os bonecos vivos é a credibilidade que o público dá para eles. "Mesmo que a gente só entretenha os telespectadores, é preciso ter responsabilidade com o conteúdo e com a forma que ele é apresentado."