O setor da construção civil no Grande ABC demitiu, em agosto, 790 trabalhadores. Em julho, o movimento havia sido positivo, marcado pela contratação de 574 profissionais. Isso é o que mostra a pesquisa mensal feita pelo SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo). Hoje o segmento na região emprega 50.002 pessoas.

Pelo fato de o emprego na construção ser muito inconstante, já que depende da quantidade de obras em andamento, quando um empreendimento é entregue, os profissionais ficam desempregados e têm de procurar outra obra para trabalhar. Segundo a diretora adjunta do SindusCon-SP na região, Rosana Carnevalli, essa é a explicação possível para o cenário. "Algumas obras devem ter se encerrado e outras não tiveram início ao mesmo tempo", diz. "Como não estamos vindo com uma série de resultados negativos, ao contrário, os meses anteriores foram marcados por contratações, teremos de esperar mais um pouco para analisar o mercado na região."

Rosana ressalta que, apesar de o ritmo de lançamentos estar mais lento neste ano, ainda há muita demanda nas sete cidades. "Acredito que os empreendimentos para as classes A e B, acima de R$ 300 mil, estejam com demanda menor. Mas os que custam até R$ 200 mil, voltados à classe C, têm pouca oferta, e muito interesse, ainda mais com a redução dos juros do financiamento. É apenas uma questão de redirecionamento das construtoras."