Automóveis Titulo Avant première
Ele voltou!
Vagner Aquino
Do Diário do Grande ABC
26/09/2012 | 07:00
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Divulgação


Depois de 16 anos fora do País, o Fusca está de volta. Não, não se trata daquele modelo antigo, com motorzinho fraco e visual para lá de clássico, mas da nova geração do Beetle, aquela, apresentada mundialmente no Salão de Xangai em abril do ano passado. Mas aqui, o modelo global foi rebatizado, resgatando o nome de um dos modelos mais emblemáticos da Volkswagen.

Ainda sem preço definido - deve rondar os R$ 80 mil, para bater de frente com os concorrentes Mini Cooper, Audi A1 e Citroën DS3 - o modelo será apresentado ao público durante o Salão do Automóvel de São Paulo, que abre os portões no dia 24 de outubro. Mas, para colocá-lo na garagem, só mesmo no começo de novembro, informou a marca durante a avant première do modelo na noite de segunda-feira, na Capital.

Assim como no Fusca original, que chegou aqui em 1950 e se aposentou em 1996, o novo modelo traz visual ousado, com caixas de rodas saltadas e faróis com formato arredondado. Uma boa, numa época em que os modelos premium têm caído no gosto do brasileiro.

Ponto para a equipe de designers da Volks, que, no novo Fusca, aboliu o jeitinho feminino do New Beetle, característica que gerava certa rejeição por parte dos homens quando o carro foi lançado por aqui, em 1998.

De acordo com o chefe de design da Volkswagen, Klaus ischoff, nada permaneceu igual ao New Beetle. "O Fusca se caracteriza por uma clara esportividade. Não tem apenas perfil mais baixo, é mais largo, o capô dianteiro é mais longo e o para-brisa foi mais para trás, criando um novo dinamismo. A nova geração do Fusca é mais ousada, mais dinâmica e mais masculina."

 

EMBAIXO DO CAPÔ

Ao contrário do motor refrigerado a ar do modelo inovador de 1950 (que até a aposentadoria vendeu mais de 3 milhões de unidades no Brasil), o novo Fusca - fabricado em Puebla (México) - conta com o propulsor 2.0 TSI com injeção direta de gasolina e até 200 cv. Exatamente! O mesmo que equipa o primo Jetta TSI. Com transmissão DSG de seis marchas e dupla embreagem, o besouro é capaz de chegar aos 100 km/h em 7,3 segundos. A velocidade máxima é de 210 km/h.

Ah, o bloco fica sob o capô dianteiro. Afinal, o saudosismo exige certa dose de racionalidade...

 

Uma história de sucesso

 

Em 1950 chegava ao Brasil o Volkswagen Fusca, modelo idealizado a partir de um pedido de Hitler a Ferdinand Porsche na década de 1930.

Originalmente, o veículo (cuja tradução do nome de batismo era carro do povo) trazia motor dois cilindros, refrigerado a ar. Com o tempo, foi criado o bloco (também refrigerado a ar) de quatro cilindros, opostos dois a dois, chamado de Boxer - um marco, pois naquela época, os propulsores eram refrigerados a água.

Passando por várias evoluções, como as duas pequenas janelas traseiras, criadas em 1936, e a criação de uma fábrica para a produção em série, em 1938, o besouro foi importado da Alemanha para cá entre 1950 e 1959. Já com o apelido de Fusca, foi produzido na fábrica da marca da Via Anchieta, São Bernardo, a partir de 1959.

Descontinuado em 1986, o Fusquinha retornou ao País em 1993 - uma exigência do então presidente da República, Itamar Franco. Produzido no México (ação interrompida em 2003), o modelo ficou no mercado até julho de 1996, quando foi fabricada a Série Ouro, que trazia estofamentos do VW Pointer GTI, desembaçador traseiro, faróis de neblina, painel com fundo branco e vidros verdes. Os nomes dos 1.500 proprietários (número limitado de produção) desta raridade estão guardados em um livro de ouro da Volks.




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