Na reta final da eleição, o candidato à Prefeitura de São Bernardo, Alex Manente (PPS), afirma que está sendo vítima de "arrastão", com a destruição de seu material de campanha em todos os bairros da cidade.

"Isso é uma falta de respeito com a democracia. Nossa campanha é mais barata e não é preciso isso", reclamou Alex ontem, durante caminhada no Jardim Limpão.

O popular-socialista não mencionou o nome do prefeito Luiz Marinho (PT), seu principal adversário no pleito e que ameaça processá-lo por declaração acusando o petista de ter desviado verba pública para utilizar na campanha. Mas Alex citou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que teria pedido a militantes do PT para destruírem material político dos adversários de Marinho.

"Eles acham que desta maneira vão aumentar a votação. Aqui (no Jardim Limpão) destruíram todo meu material, mas aqui é um eleitorado que já definiu o voto a meu favor, então não muda muita coisa", alfinetou.

Para o prefeiturável, o objetivo do adversário é enfraquecê-lo a menos de duas semanas para o pleito. "Dá impressão que nós não estamos fazendo campanha. Essa é a intenção dele (Marinho). A campanha já tem um diferencial econômico grande. É lamentável a destruição dos materiais nas ruas", completou.

Durante a caminhada, Alex também comentou sobre o lançamento do seu programa de governo, marcado para amanhã, no Baeta Neves. "Queremos que o plano de ações que será apresentado possa ser conferido daqui a quatro anos."

SEM LICENÇA

Desde o início da eleição, Alex cogita a possibilidade de se licenciar do mandato de deputado estadual para se dedicar somente à disputa eleitoral.

No entanto, a decisão tem sido protelada e dificilmente o parlamentar, que é líder do PPS no Parlamento Estadual, deixará o posto.

"Hoje (ontem) o líder do governo (Samuel Moreira, do PSDB) me ligou avisando que eu tenho de estar amanhã (hoje) impreterivelmente no colégio de líderes. Portanto, não posso desfalcar também a Assembleia Legislativa", justificou.

Roberto Freire condena atitude de Lula

O presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire, repudiou a postura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante comício de apoio ao prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), no sábado, na Avenida Robert Kennedy. Lula teria incitado militantes petistas a destruir o material de campanha dos adversários de Marinho.

Por nota, Freire disse que o comportamento de Lula foi antidemocrático, demonstrando total ausência de compostura, incompatível com a figura de um ex-presidente da República e configurando crime previsto no Código Eleitoral.

"Ao mandar destruir faixas de adversários políticos em São Bernardo, Lula cometeu crime eleitoral previsto no artigo 331(do Código Eleitoral, que versa sobre inutilizar, alterar ou perturbar meio de propaganda devidamente empregado)."

O mandatário nacional do PPS qualificou a atitude do ex-presidente como "triste e ultrajante" e recorreu a uma referência histórica para ilustrar o episódio. "Lula ao induzir militantes ao vandalismo eleitoral contra adversários, se iguala a um chefe das tropas de assalto do nazifascismo", declarou o parlamentar pelo Twitter.

A declaração de Roberto Freire coincidiu com as reclamações do deputado estadual e candidato à Prefeitura de São Bernardo pelo PPS, Alex Manente, principal oponente de Marinho no pleito.

O popular-socialista alega que está sendo vítima de sabotagem do adversários, que estariam destruindo seu material de campanha.