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Aluguel começa a desacelerar na região

Oferta de imóveis em Sto.André e S.Bernardo
alivia valor de mensalidade; contrário da Capital

Vinicius Gorczeski
Especial para o Diário
24/11/2011 | 07:30
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O Grande ABC vive cenário diferente para aluguel de imóveis do que na Capital. Em São Paulo, contratos com aniversário neste mês subiram 6,95%, segundo o Índice Geral de Preços de Mercado), além de alta de 2,2% em assinaturas feitas em outubro contra setembro. Na região, porém, os preços de aluguel, no geral, caem. Esse cenário é reforçado sobretudo em Santo André e São Bernardo, afirmam especialistas ouvidos pela equipe do Diário.

Isso ocorre porque nas duas cidades houve várias entregas de chaves neste semestre. O aumento na oferta de unidades contribuiu para os custos diminuírem. Cenário bem diferente da Capital - lá, ocorre o inverso, com baixa oferta de moradias para locação residencial, mantendo os percentuais em alta, mostram dados divulgados ontem pelo Sindicato da Habitação.

O clima do setor imobiliário pelo qual passa a maior metrópole é o mesmo atravessado pelo Grande ABC no início do semestre. Tudo por conta do grande aquecimento do setor durante todo o ano passado, quando os preços explodiram. A gerente de locações de uma imobiliária em São Bernardo Simone Casari afirma que os valores de novos contratos eram de 10% na metade do ano e sofreram quedas desde então. "Nos bairros populares eu alugava a R$ 650 há alguns meses - o que há quatro anos tinha o valor de R$ 500. Hoje, está a R$ 550."

Cenário que é o oposto do que vinha sendo praticado pelo mercado imobiliário no primeiro semestre, época em que os preços estavam em alta - porque a demanda era grande versus a falta de oferta - e como rescaldo do boom do segmento em 2010. "Antes estava uma loucura, porque eram imóveis cada vez mais caros. Havia preços altos que eu fechava na hora. Isso não está mais assim", compara.

O delegado regional do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis, Alvarino Lemes, destaca que na região as elevações de contratos têm sido corrigidas entre 1,5% a 2,5%. "Para não deixar o inquilino migrar."

NO ANO - No acumulado do ano, a situação é de aumentos menores nos imóveis da região. De acordo com Lemes, até outubro, a variação dos preços dos aluguéis fica na casa dos 11%. Na Capital, atinge 19,66%. Segundo o vice-presidente de Gestão Patrimonial e Locação do Secovi-SP, Virgilio Crestana, trata-se da maior elevação desde que a entidade começou a pesquisar os valores, em janeiro de 2005. "Isso mostra que não há estoque suficiente de imóveis para se alugar na cidade, situação que não deve ser revertida em curto prazo."

A previsão, por aqui, é que os aluguéis sigam com preços mais atrativos em 2012. Isso porque as pessoas que procuram moradias já observam mais imóveis disponíveis. "Os proprietários estão com medo que no próximo ano os preços caiam ainda mais. E acredito que isso vai acontecer", destaca Simone.

PERFIL - As unidades com maior alta foram os com um e dois quartos. A elevação média foi de 3% e 2,5%, respectivamente. Apartamentos e casas de três dormitórios ficaram com seus valores estabilizados nesse mês. O fiador foi a modalidade de garantia mais utilizada nos contratos de aluguéis pesquisados.




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