Turismo Titulo The Route Maker
As paradisíacas San Andrés e Providência
Felipe Gamba e Ana Moreno
Especial para Diário
20/09/2012 | 07:07
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Depois de nos esbanjarmos com toda a cultura de Cartagena, partimos para o arquipélago colombiano de San Andrés e Providência, localizado no mar do Caribe, aproximadamente 775 quilômetros a Noroeste da Colômbia e a 220 quilômetros da costa da Nicarágua, na América Central.

O acesso às ilhas é feito de avião, sendo que a capital do arquipélago, San Andrés, recebe voos diários saindo de Bogotá e Cartagena de Índias, na Colômbia, e da Cidade do Panamá.

San Andrés é uma ilha linda. Mas, como grande parte do Caribe, está muito estruturada e superpopulosa. O último senso demográfico realizado aponta que cerca de 80 mil pessoas habitam a ilha, mas não acreditamos que este número seja menor do que 200 mil.

Na região chamada de centro, localizada ao Norte, é possível encontrar inúmeros restaurantes, construções suntuosas e grandes hotéis que invadem o lindo mar de cor azul-turquesa. O melhor lugar para se hospedar é a região de San Luis, a Sudeste, com praias mais tranquilas, pequenas pousadas e longe do agito da zona central. Por todos esses motivos, ficamos apenas uma noite em San Andrés, o que nos pareceu mais do que suficiente. No dia seguinte, partimos para Providência, localizada 50 quilômetros ao Norte, em voo que dura aproximadamente 25 minutos.

Por possuir acesso mais difícil e também pela consciência dos moradores, Providência é completamente diferente da capital San Andrés e mantém suas raízes. Chegar nesta ilha mágica realmente tem seu encanto. A simplicidade começa antes mesmo de embarcar, no atendimento da pequena companhia aérea Searca. Falamos pequena porque a mesma pessoa que fez o nosso check-in foi quem nos acompanhou até a aeronave e nos deu as instruções sobre saídas de emergência e como utilizar o colete salva-vidas. Apesar de simples, a empresa possui dois voos diários e as aeronaves, com capacidade para 15 pessoas, estão em ótimo estado.

Providência difere-se da capital em muitos aspectos, começando pelo idioma utilizado, o inglês crioulo, língua falada em grande parte do Caribe. A ilha, que se mantém preservada, possui cerca de 5.000 habitantes e a grande maioria deles tem consciência de que vive em um paraíso e de que o mesmo deve ser mantido como está.

Colada ao território de Providência e ligada por uma ponte flutuante está a ilha de Santa Catalina, que possui um pequeno povoado, algumas poucas pousadas e aonde não chegam carros e motos. A ponte liga a ilha ao centro de Providência, Santa Isabel, que fica na parte Norte e onde é possível encontrar um pequeno comércio.

A melhor forma de explorar Providência é alugando uma moto ou um carrinho de golfe (mais caro). Desta forma é possível conhecer tudo e chegar com mais facilidade a pontos distantes. Por 30 mil pesos colombianos (cerca de R$ 34), é possível fazer um passeio de barco que dura cinco horas e dá a volta na ilha, parando nos principais pontos para descanso e snorkeling. A atração principal é uma ilhota chamada Cayo Cangrejo, ou CrabCay, que é protegida por lei. Para desembarcar nela, é preciso pagar taxa de 13 mil pesos (R$ 15), mas que vale cada centavo. Do alto, é possível avistar a barreira de corais que cerca Providência.

 

Uma das atividades mais procuradas é o mergulho. Existem cinco operadoras locais e todas no estilo caribbean diver, ou seja, barcos pequenos, equipamentos não muito novos e pouca organização.

No fim da tarde, basta escolher algum bar na praia para ver o pôr do sol e ouvir um bom reggae. Como não há muitas opções, nossa dica vai para o Richard's Place, localizado em South West Bay. O Richard e a Sandra, donos do bar, são um casal muito simpático. Sandra é de Bogotá, mas vive em Providência há mais de 18 anos. Já Richard nasceu e morou na ilha até os  17 anos, quando foi obrigado a prestar serviço militar no continente e fez uma grande viagem passando por todo o Caribe. Quando retornou para sua terra natal, resolveu buscar paz espiritual e subiu à parte mais alta da ilha, chamada de Pico. Viveu, então, por oito anos como ermitão, à base de caranguejo e peixes secos que comprava em suas raras descidas ao povoado. Certo dia, disse que, se não fossem os aviões, esqueceria que existiam pessoas.

Em 1993, quando houve uma grande briga entre os moradores e algumas redes de resorts que queriam se instalar na ilha, Richard desceu definitivamente para ajudar a manter Providência como é até hoje. A discussão foi difícil, mas a comunidade local ganhou e as praias mantêm-se como naquela época.

Hoje a luta não é mais com as empresas hoteleiras, e sim com o governo da Colômbia, que pretende começar a explorar petróleo na região. No dia em que a conhecemos, Sandra nos pediu para que fôssemos ao centro assinar um documento contra a exploração. Todos estão muito preocupados com o que pode acontecer caso haja algum derramamento de petróleo, e essa será mais uma grande batalha, porém muito mais difícil de se ganhar.

* Felipe Gamba e Ana Moreno, do projeto The Route Maker, que prevê visitas a cerca de 50 países em 540 dias. Siga o The Route Maker no Facebook (www.facebook.com/pages/The-Route-Maker/136626173077697).




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