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Em busca de desafios
Eliane de Souza
20/09/2012 | 07:02
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A jornalista Isabelle Gertrudes Bertinet Claudel, 29 anos, de Santo André, fez intercâmbio para marcar o início da fase adulta. Como seu pai é francês, ela até então só havia viajado para países da Europa, sempre acompanhada da família. "Decidi viver experiência inédita. Queria viajar para um país estrangeiro, que ainda não conhecesse, onde pudesse estudar e treinar o inglês sozinha, sem conhecer ninguém. Além de estudar, a minha prioridade era viver algum desafio."

Escolheu Vancouver, no Canadá, onde realizou três meses de curso. A maior dificuldade foi ficar longe da mãe. Hospedou-se na casa de um casal de imigrantes italianos, uma mansão com oito quartos também ocupados por estudantes estrangeiros em intercâmbio. "Encontrei muitos brasileiros. Inclusive, dois deles eram de São Bernardo, com quem mantenho contato até hoje, mas os evitava para não falar português o tempo todo. Três meses de curso intensivo, mais a vivência, corresponderam a pelo menos um ano de curso aqui no Brasil", avalia Isabelle.

O custo da viagem foi pago com a venda de seu primeiro carro. "Trocar um bem material por uma viagem de três meses parecia mau negócio para as outras pessoas", lembra. Mas ela gostou tanto de conhecer novas culturas que, em vez de retornar ao Brasil, foi direto para a França. Cursou especialização em jornalismo impresso na faculdade pública e alugou um apartamento. A aventura durou três anos e serviu para conhecer o marido, que decidiu vir com ela para o Brasil, onde se casaram em 2009. CS10.4"Sou muito feliz por ter vivido tudo isso. Viajar me transformou para melhor. Aprendi que nenhuma barreira é tão grande que não possa ultrapassá-la. Fiquei mais corajosa e hoje lido muito bem com mudanças. Além disso, me tornei mais tolerante. Vi que existem outras maneiras de pensar, viver, fazer. Viajar é, de fato, o melhor investimento".

 

 

Nunca é tarde para saber

 

As agências de intercâmbio brasileiras têm registrado o aumento na procura de programas voltados a pessoas com mais de 50 anos. A Bex Intercâmbio registrou no ano passado crescimento de 10% nos pacotes para este público. Os países mais procurados são Itália, Inglaterra, França e Espanha.

A característica de quem já passou da meia-idade é a busca por opções que permitam curtir o tempo livre, aprender idiomas e se inserir em novas culturas, além de ampliar o círculo social. Os pacotes geralmente combinam passeios com aulas de história, arte, costumes e culinária. "Pessoas com mais de 50 anos estão fazendo as malas para aprender ou melhorar a fluência em outros países. E ainda conhecem outra cultura e fazem novas amizades", explica Flavio Crusoé, diretor geral da Bex Intercâmbio.

A Friends in the World também detectou aumento de viajantes maduros. Além de França, Inglaterra, Itália e Espanha, a procura tem sido por destinos como Malta e Estados Unidos. Os cursos são, sobretudo, culturais, com atividades que envolvem gastronomia e degustação de vinhos. O estudante tem a opção de escolher entre casa de família e residência estudantil.

Além da oportunidade de conhecer um novo país, os pacotes oferecem a possibilidade de trocar experiências e aprender algo novo. A CI, com unidades no Grande ABC, criou o programa Intercâmbio 50+, que acontece nas melhores épocas para viajar de férias, quando é baixa temporada no Exterior. Os programas incluem opções de acomodação em casa de família, hotel ou flat.

 

 




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