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Viajar é preciso

EUA, Canadá e Londres são destinos eleitos dos brasileiros na
hora do intercâmbio; adultos também colocam o pé na estrada

Eliane de Souza
Do Diário do Grande ABC
20/09/2012 | 07:00
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O navegador Amir Klink já dizia: "Um homem precisa viajar a lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver". O trecho da obra Mar Sem Fim tem inspirado muitas pessoas a conhecer o mundo com os próprios olhos e, literalmente, se colocar no papel de aprendizes diante das descobertas de outras culturas.

Os brasileiros estão buscando novas oportunidades de ensino no Exterior para enriquecer o currículo, conhecer outros países ou mesmo dar uma guinada na vida. Fazer intercâmbio hoje é mais viável do que se possa imaginar e o que não faltam são opções para todos os bolsos e gostos.

De acordo com levantamento feito pelo Salão do Estudante, realizado nos dias 15 e 16 deste mês, cerca de 267 mil brasileiros pisaram em terras estrangeiras no ano passado. E diferentemente do que se possa imaginar, os jovens não foram os únicos que colocaram o pé na estrada. Muitos adultos com mais de 30 anos também optaram por aperfeiçoar o inglês, of course, e ao mesmo tempo incrementar o currículo em cursos de extensão ou de MBA.

A procura por fluência na língua de Shakespeare tornou-se emergencial no mercado de trabalho. Teste feito em 76 países, com foco na análise do nível de conhecimento de inglês, aponta que o Brasil é a segunda nação com pior proficiência no idioma - ganha apenas da Colômbia. A média mundial foi de 4,15. Já a brasileira ficou em 2,95.

A pesquisa, promovida pela escola de inglês on-line Global English, foi realizada com 13 mil brasileiros que trabalham em multinacionais de vários segmentos, e apontou insuficiência no domínio do idioma até para o desenvolvimento de atividades corriqueiras, como uma conversa por telefone ou videoconferência.

Para Carlos Robles, presidente da Belta (Associação Brasileira de Operadores de Viagens Educacionais e Culturais), a culpa não é da qualidade dos cursos de idiomas oferecidos no Brasil. "Não adianta o aluno estudar quatro, seis ou oito horas por semana se, ao sair da sala de aula, só falar português. Ele acaba não praticando o que aprendeu. Por isso a importância de estudar no Exterior. Mesmo que por um período curto, de apenas algumas semanas, o estudante estará inserido em um ambiente onde será obrigado a se comunicar em outro idioma 24 horas por dia, sete dias por semana. Isso fará com que ele desenvolva muito o domínio e a fluência", explica.

Canadá, Estados Unidos e Reino Unido são os principais destinos dos estudantes, que aproveitam as férias para viajar com pessoas queridas e ainda aperfeiçoar uma habilidade ou aprender algo novo, como acrescenta Robles.

Também tem crescido a busca por países latino-americanos, especialmente Argentina e Chile, devido à proximidade e à força do real perante a moeda desses destinos. "A África do Sul tem atraído muitos estudantes, especialmente aqueles que desejam aperfeiçoar o inglês. Já a China, devido à importância crescente no cenário internacional, tem tido boa procura por pessoas que desejam aprender o mandarim", destaca o presidente da Belta.

A oferta de destinos é grande. Por isso, antes de fechar a mala, é preciso estar atento a algumas características, como clima, gastronomia e cultura local (veja quadro ao lado). De nada adiantará ir além do ‘the book is on the table' no Canadá se o aluno não gostar de frio.

Outro item fundamental é o custo de vida local, como transporte, alimentação e lazer. É importante também buscar uma agência com boa reputação, de preferência associada à Belta, já que foi eleita pela quinta vez como a melhor associação de agências de intercâmbio do mundo.

 

CLASSE C

A Belta realizou pesquisa que mapeou o mercado de educação internacional e intercâmbio no Brasil e confirmou o aumento da participação da classe C no segmento. Das 71 empresas entrevistadas, 54 atenderam a esse público entre 2010 e 2011. E 10% das agências informaram que a Classe C já corresponde por metade do movimento de negócios.

O estudo revelou ainda que os cursos de idioma são os principais produtos comercializados, correspondendo a mais de 60% das vendas. Programas de High School (Ensino Médio no Exterior) aparecem em segundo lugar, com 22,5%. Em terceiro estão os cursos de férias, representando 11% dos pacotes vendidos.

Fatores como custo de vida, facilidade para tirar o visto, segurança, qualidade do ensino e hospitalidade foram os principais motivos que fizeram de Canadá, Estados Unidos e Reino Unido os três destinos mais procurados por brasileiros nas agências especializadas no segmento.

 




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