Automóveis Titulo Lançamento
Para laçar outra clientela
Vagner Aquino
Enviado a Sorocaba (SP)
19/09/2012 | 07:00
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Divulgação


Depois de 50 anos de Brasil, a Toyota, que, há tempos é líder no segmento de sedãs médios, com o Corolla, e já sentiu o gostinho de estar no topo do pódio de picapes médias (diesel) resolveu atacar em um novo segmento: o popular. É isso mesmo, depois de divulgar das mais variadas formas, a montadora, finalmente, traz ao Brasil o Etios, que chega às revendas da marca a partir do dia 28 com preços que partem de R$ 29.990 na versão hatchback e R$ 36.190 na configuração sedã.

Até o fim do ano, sairão 70 mil unidades da (nova) planta de Sorocaba, interior de São Paulo - número que poderá pular para 100 mil unidades anuais. "Em relação ao mix, o Etios deverá vender 30% do montante na versão sedã e 70% hatch. Deste total, as versões intermediárias deverão ser as mais procuradas", frisou o diretor comercial da Toyota do Brasil, Frank Gundlach, durante o lançamento dos modelos - já comercializados na Índia desde meados do ano passado.

 

VERSÕES

A configuração hatch será vendida em quatro versões, três delas com motorização 1.3 e uma com bloco de 1,5 litro. A versão básica vem com itens como air bags frontais, para-choque na cor do veículo e alertas visuais e sonoros de não afivelamento do cinto de segurança e abertura das portas. Faltou aqui um aviso para os faróis, os motoristas mais desatentos precisarão de cautela!

Durante o evento de lançamento, o Diário andou na versão intermediária 1.3 XS, que custa R$ 38.790 e traz (além dos itens já citados), volante com regulagem de altura, freios antitravamento com distribuição eletrônica da força de frenagem, ar-condicionado, CD player com entrada USB e vidros e travas elétricas. Para dar um upgrade na estética (que dividiu opiniões, mas, ainda assim, chama a atenção nas ruas) a Toyota inclui o aerofólio traseiro à lista. Acessórios como faróis de neblina, rodas de liga-leve com 15 polegadas e frisos cromados (disponíveis na versão topo do hatch, a XLS 1.5, de R$ 42.790) podem ser comprados separadamente pelo consumidor.

 

POR DENTRO

Na cabine, o Etios segue a receita do exterior, simples, mas ao mesmo tempo ousado. Ou tentando ser...

Assim como do lado de fora, mesclam-se as linhas retas com pitadas de curvatura. Claro, o que mais chama a atenção é o quadro de instrumentos, que fica bem no centro do painel... Sim, exatamente como em alguns modelos da Citroën, com a diferença que, aqui, os mostradores são analógicos. Ou seja, a leitura se torna mais difícil.

Por falar em leitura, sentimos falta do computador de bordo... e da regulagem de altura do banco do motorista... e de um acabamento mais caprichado...

Mas nem tudo são críticas. Além do generoso espaço interno, que acomoda bem tanto quem vai na frente quanto os ocupantes do banco traseiro (que contam com assoalho semiplano), o Etios tem na mecânica seu ponto forte.

Sem fugir a regra da família, o nipo-brasileiro tem boa pegada. O motor 1.3 Flex Fuel 16V da versão avaliada tem torque digno de elogios. São 12,8 mkgf a 3.100 rpm (com etanol no tanque), na prática, facilidade nas ultrapassagens e retomadas de velocidade. Com um 0 a 100 km/h feito em 11,8 segundos, fica fácil deixar a concorrência para trás. Mérito também dos 90 cv extraídos do bloco - que deverá (assim como o 1.5) ser feito no Brasil na nova fábrica de motores de Porto Feliz (SP) em meados de 2015, conforme afirmou Luiz Carlos Andrade Júnior, vice-presidente sênior da marca.

No mais, ponto também para a direção (elétrica), para o nível de ruído no interior, para a precisão dos engates do câmbio - manual de cinco marchas - e para a suspensão. Esta última, retrabalhada para atuar em solo brasileiro. Outra mudança em relação ao modelo indiano foi feita na carroceria. De acordo com a marca, o Etios brasileiro é 15%b mais resistente

 

Sedã agrada, mas não embala

 

Se o hatch, que prima pela esportividade, já recebeu críticas em relação ao design, o que dizer do sedã? A cara é a mesma, mas a traseira - que traz lanterna em formato tridimensional - foi vítima até de comparações com o Renault Logan...

Comentários à parte, o fato é que a Toyota quer mesmo é abocanhar as vendas da concorrência - neste caso, a marca mira o Volkswagen Voyage.

Com preços que partem de R$ 36.190 na versão X, o modelo três-volumes será vendido em três configurações, todas elas já com volante regulável em altura, direção elétrica, freios ABS com EBD (distribuição da força de frenagem), air bag duplo, desembaçador traseiro, entre outros itens.

Pelas estradas do interior paulista, o Diário andou a bordo da versão topo de linha (XLS) que custa a partir de R$ 44.690.

Mas se engana quem pensa que há muita diferença entre o motor 1.3 e este 1.5. Sim, por ser maior, o carro ficou mais estável na configuração sedã, porém é mais pesado e, visivelmente, perde potência quando se depara com ladeiras.

Com 92 cv e 13,9 mkgf de torque (também a 3.100 rotações), o modelo não embala quando solicitado, principalmente em altas rotações. Reduzir da quinta para a quarta marcha no meio da estrada é certeza de perda de potência. Até os 100 km/h, o modelo precisa, no mínimo, de 11,5 segundos - bebendo etanol. Aos 120 km/h, o conta-giros marca quase 3.500 rotações, evidenciando a quinta marcha (bastante) curta... Não, o câmbio automático não está nos planos da montadora, enfatizaram os executivos quando questionados.




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