O Santo André anunciou no início da tarde de ontem o treinador para a sequência do Campeonato Brasileiro da Série C: Itamar Schülle, demitido segunda-feira da Chapecoense. A maior parte da torcida pode se questionar quem é o novo comandante em quem a diretoria deposita todas as fichas para escapar do rebaixamento e ainda vislumbrar a classificação para a segunda fase, mas o diretor Sérgio do Prado atesta: não se trata de aposta, mas sim solução.

"A grande vantagem dele é que, além de conhecer a divisão e o Santo André (enfrentou duas vezes nesta Série C, empatou ambas por 0 a 0), também conhece todos os adversários. É um treinador jovem, altamente capacitado e motivador, ou seja, tem o perfil ideal para fazer excelente trabalho. Tudo isso o colocou como primeira opção", definiu o dirigente.

"Ele não é aposta, não. Acompanhamos faz tempo o trabalho do Itamar, conhecemos de outras ocasiões. O desejo dele em vir e o nosso de tê-lo se casaram", emendou o cartola, que explicou que a negociação estava sendo acertada desde domingo, dia seguinte da entrega de cargo de Claudemir Peixoto.

Aos 42 anos, Schülle tem história no futebol do Sul do País, sobretudo em Santa Catarina, onde iniciou em clubes menores, mas chegou a comandar Figueirense, Criciúma, Joinville e, até segunda-feira, Chapecoense. Passou ainda pelo futebol gaúcho (Brasil de Pelotas, São José e Pelotas), paranaense (Nacional e Rio Branco) e teve experiência em São Paulo, em 2006, pelo São Carlos. No currículo, carrega os títulos simbólicos de campeão dos primeiros turnos da Copa Santa Catarina de 2011, pelo Brusque, e da atual Série C do Brasileiro, na Chapecoense.

Temos boas indicações e informações dele, de São Carlos e, principalmente, do Sul. Ouvimos não apenas dirigentes, mas principalmente atletas que ele já trabalhou", explicou Sérgio do Prado, que mais uma vez falou em não trazer reforços e que o novo treinador ainda não tocou no assunto. "A solução está aqui. Ele não falou sobre isso. Vai querer conhecer o grupo primeiro", esclareceu.

A apresentação de Itamar Schülle será hoje, às 14h30, no Estádio Bruno Daniel. Logo na sequência, comanda a primeira atividade com o time, a partir das 15h, em jogo treino contra o São Bernardo FC.

Bruno Daniel sem torcida completa um ano

 O Santo André completa 45 anos de existência na semana que vem, mas ontem teve motivos para apagar as velinhas. Isso porque completou um ano que o time não joga com a presença do torcedor no Bruno Daniel. Foi exatamente em 11 de setembro de 2011, na derrota por 2 a 0 para a Chapecoense, a última exibição ramalhina para a torcida. A partir daí, a equipe perambulou por São Bernardo, São Caetano e Araras, e, quando retornou, viu os fãs subirem nos muros ou em árvores para acompanhar os jogos na praça andreense.

Segundo o diretor de futebol Sérgio do Prado, o que impede a liberação do estádio é divergência nos laudos entregues pela Prefeitura ao Ministério Público. "Existe esse problema com o TAC (Termo de Ajustamento de Conduta). É laudo de bombeiro que não bate com o de engenharia e vice-versa", disse ele, na expectativa de liberação para o jogo do dia 22, contra o Madureira.

"O MP quer que cumpra o TAC e ele não está errado. Dá a impressão de que o problema é gigante, mas não é. Agora está nas páginas finais, mas é preciso que os laudos se casem. Espero que sejam os últimos dias", concluiu.