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Metalúrgicos param 50 fábricas no Grande ABC

Dos 70 mil funcionários da base, 80% aderiram ao movimento

Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
11/09/2012 | 07:29
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A paralisação nas metalúrgicas da região durante o dia de ontem teve adesão de 80% dos 70 mil trabalhadores em campanha salarial, segundo balanço do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. A mobilização teve caráter de protesto contra o reajuste proposto pelo sindicato patronal: de 5%. Ao todo, ficaram fechadas 50 fábricas pertencentes aos seis grupos patronais representados pela Federação dos Sindicatos de Metalúrgicos da CUT de São Paulo.

Os metalúrgicos reivindicam 2,59% de aumento real mais a reposição da inflação do período (total de 8%), índice similar ao conquistado pelos trabalhadores nas montadoras do Grande ABC na campanha de 2011 e que vale até 2013. Por essa razão, vale a pena lembrar que a paralisação não atingiu as montadoras (Ford, Mercedes-Benz, Scania e Volkswagen), já que no ano passado a categoria conquistou acordo salarial com validade para dois anos.

Hoje é a vez de ações nas metalúrgicas de Taubaté, Salto e Cajamar. Na quarta-feira, serão as de Sorocaba.

"Estamos vivendo uma retomada econômica. É preciso conquistar índices melhores do que aqueles que os patrões estão oferecendo. O protesto de hoje (ontem) é uma forma de chamarmos a atenção das empresas para melhorias econômicas", contextualiza o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques.

Segundo ele, a partir de agora o sindicato vai aguardar as próximas rodadas de negociação. "Com a paralisação muitas empresas já contataram o sindicato para fazer acordo. Mas, a orientação é que elas procurem os respectivos sindicatos patronais. É por meio deles que vamos fazer acordo."

Até a semana passada, os grupos patronais ofereciam apenas a reposição da inflação, proposta que foi recusada pelo sindicato.

PREJUÍZO - O fato de os metalúrgicos terem cruzado os braços ontem não significa que as empresas terão que arcar com grandes prejuízos econômicos, mas é preciso ficar atento às questões políticas, consideram representantes dos patrões. "A mobilização é ruim no sentido de afrouxar as relações entre as indústrias. Temos que pensar que as autopeças, por exemplo, abastecem montadoras. Se não cumprem prazo de entrega, perdem o cliente. Por isso, paralisações sempre deixam deficit nessas relações comerciais", analisa o diretor do Ciesp de Diadema, Donizete Duarte da Silva.

 




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