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Bancos temem liberar financiamento de "Pois é"
10/09/2012 | 08:20
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O presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Flávio Meneghetti, já levou ao governo federal um pedido de criação de uma linha especial de financiamento de veículos usados para que seja enfrentado o outro grande problema do segmento, a dificuldade para o consumidor ter o crédito aprovado. Ele argumenta que, por conta do aumento da inadimplência no País, do comprometimento de renda do brasileiro ainda em nível elevado e do fato de o comprador de carro usado oferecer mais risco de calote do que aquele que busca um carro zero, só de 20% a 30% dos pedidos de financiamento são aprovados pelos bancos para veículos usados. Para novos, esse porcentual fica entre 55% e 60%, diz o presidente da Fenabrave.

Ao anunciar, na terça-feira, 04, o melhor mês de vendas de veículos leves da história do setor automotivo brasileiro, Meneghetti lembrou das dificuldades do mercado de usados e afirmou que o segmento já demitiu ao menos 30 mil pessoas neste ano. "Até um mês atrás foram fechadas 5 mil empresas do mercado secundário de automóveis. Isso significa uma média de quatro pessoas demitidas por loja, o que resulta em algo entre 30 mil e 40 mil postos de trabalho no segmento de usados que desapareceram."

O presidente da Associação dos Revendedores de Veículos Automotores no Estado de São Paulo (Assovesp) e do Sindicato do Comércio Varejista de Veículos Usados no Estado de São Paulo (Sindiauto), George Assad Chahade, disse que a euforia para a compra do carro novo levou a uma aprovação exagerada de financiamentos e, consequentemente, a um aumento da inadimplência em 2011 e 2012. "Os bancos, então, passaram a exigir mais do cliente, como uma entrada maior e mais garantia de renda", afirma. "A procura pelo usado nem caiu tanto, o que ficou mais restrito foi a condição para que o consumidor faça parte desse mercado." Segundo ele, o ano deve terminar com redução de 15% nas vendas de veículos usados.

Apesar do cenário incerto, Cleide Cossi, da Marte Veículos, não perde o otimismo. Ela acredita que o momento é "desafiante", mas aposta em uma continuidade do aumento da renda da população brasileira nos próximos anos e que o País vai retomar o caminho do crescimento. "Com trabalho sério e bem feito de quem é desse segmento, eu acredito que o mercado de usados será crescente", afirma.




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