Criticada por políticos e por munícipes pela forma como designou seus projetos aos servidores públicos na época em que esteve no comando de Ribeirão Pires, a candidata ao Paço pelo PT, Maria Inês Soares, inseriu em seu programa de governo propostas concretas para a categoria.

A criação da Mesa de Negociação Permanente - que servirá como espaço de diálogo entre administração e servidores -, a capacitação dos servidores e o reforço das carreiras são algumas das ideias.

No entanto, ela afirmou que as ações não são uma forma de compensar o passado. "Não são propostas que dizem: ‘Eu errei com o funcionalismo e agora vou consertar meu erro'. Não tem esse tom", garante.

Segundo ela, o momento econômico desfavorável no período em que esteve na administração da cidade, entre 1997 e 2004, é o que prejudicou o investimento em ações designadas aos funcionários do governo municipal, principalmente sobre a falta do reajuste salarial. Segundo ela, o governo municipal tinha dificuldade para conseguir verba com o governo federal e estadual.

"Hoje é um outro momento econômico e social. A gente pode valorizar mais condignamente, não que nossa postura mudou, o que mudou foi o momento histórico, eles podem esperar que terão, no mínimo, a reposição da inflação."

Maria Inês afirmou que ampliar os gastos com a folha de pagamento do pessoal significava prejudicar outros setores da cidade. "Ter ainda menos remédios, menos merenda escolar, uniforme, menos vagas na creche, menos ruas asfaltadas, menos obras de enchente. Distribuímos o Orçamento levando em consideração o conjunto de problemas da cidade, que não arrecada só para pagar funcionários."

Entretanto, a prefeiturável afirmou que uma parte das reclamações e críticas que permeiam o funcionalismo é legítima. "O que eles (servidores) falam e com razão é que eles não tiveram aumento condizente com o valor de trabalho deles. O salário de Ribeirão Pires era um dos menores na época e ainda continua sendo em relação a outros municípios do Grande ABC. Eles podem não ter tido uma valorização em termos de salário, mas eles foram valorizados do ponto de vista do respeito."

A candidata também discorreu sobre as ações implementadas por ela quando esteve no comando do município.

"O respeito demonstrado ao profissional e aos seres humanos, o fato de não ter perseguição política, o fato de a gente ter aprovado uma lei contra o assédio moral, criado o fundo de previdência, a cooperativa, os planos de cargos e carreiros, a mesa de negociação coletiva, há um bom numero de funcionários que conseguem fazer a leitura de todo o trabalho que foi feito. "