Economia Titulo Paralisação
Metalúrgicos da GM
aprovam estado de greve

Paralisação deverá ocorrer na terça-feira; montadora oferece
7,5% de reajuste mas categoria pede um aumento de 10,2%

Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
07/09/2012 | 07:29
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Sob vaias, os trabalhadores da General Motors rejeitaram ontem a proposta da empresa e aprovaram estado de greve. A categoria, reunida na porta da fábrica, considerou insuficiente o percentual de 7,5% (somados a reposição da inflação, de 5,2%, e o aumento real) e abono de R$ 2.500 oferecidos pela montadoras.

A decisão atinge 20 mil funcionários, sendo 12,5 mil na planta de São Caetano e 7.500 trabalhadores da fábrica de São José dos Campos, interior paulista. Assembleias foram realizadas nos turnos da manhã e da tarde nas duas cidades. A recusa da proposta foi unânime entre a categoria.

"Não podemos aceitar um índice desses. Em agosto a empresa atingiu seu melhor resultado em volume de emplacamentos. Foram 75 mil veículos vendidos. É uma ofensa lucrar tanto e oferecer o mínimo de aumento a seus trabalhadores", pontua o presidente interino do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, Francisco Nunes Rodrigues.

Os metalúrgicos pleiteiam 10,2% de aumento (5% de aumento real e os demais de reposição da inflação). "Também sabemos que a GM tem condições suficientes para arcar com abono muito melhor", diz Nunes.

Segundo o dirigente sindical, a multinacional alega que oferecer aumento maior pode acarretar na perda da competitividade no mercado. "Como isso é possível? A linha de produção está a todo vapor. A GM tem nome no mercado e uma proposta melhor para seus colaboradores não irá influenciar no seu desempenho", garante Nunes.

Com a atual proposta da montadora, o piso salarial passaria de R$ 1.576,68 para R$ 1.695. No caso dos trabalhadores que ganham acima do teto (atuais R$ 7.700), se aplicaria valor fixo de R$ 740.

Caso a categoria aprovasse o pacote de benefícios, o reajuste seria aplicado aos salários em novembro, além de receberem o valor retroativo à data base - 1º de setembro. Já o abono seria pago dia 21.

No ano passado, os metalúrgicos conquistaram reajuste de 10,8% e abono de R$ 3.000. "Como vamos aceitar uma proposta menor que a do ano anterior", questiona o presidente interino do sindicato com sede em São Caetano.

PROCEDIMENTO - Na tarde de ontem, o sindicato encaminhou para a GM o documento referente ao estado de greve. O comunicado informa que a partir do prazo de 48 horas, contados após a assinatura do documento, os trabalhadores poderão entrar em greve por tempo indeterminado e a qualquer momento, ou seja, a partir de segunda.

De acordo com o sindicato, assembleias já estão marcadas para terça-feira, nos dois municípios que as fábricas estão negociando reajuste. "No encontro vamos expor a contraproposta da empresa, caso faça até segunda, ou vamos indicar que os funcionários parem as máquinas no mesmo dia", explica Nunes.

Procurada pela equipe do Diário, a General Motors não quis fazer comentários sobre a campanha salarial.

 

 




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