Uma conversa com o deputado estadual e coordenador regional do PPS, Alex Manente, e falta de recursos financeiros. Esses foram os divisores de águas no futuro político do vice-prefeito de Ribeirão Pires, Edinaldo de Menezes, o Dedé (PPS). Indeferido pelo TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo), o popular-socialista resolveu continuar na disputa pelo Paço de Ribeirão Pires com apoio do grupo governista. O recurso à decisão do colegiado será protocolado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) nos próximos dias - essa é a última chance de reverter a situação.

Minutos após receber a notícia do indeferimento, na segunda-feira, Dedé indicou Rosi de Marco (PV), vice na chapa majoritária, para ser substituta - ela relutou em aceitar a proposta. Porém, Alex chamou o correligionário para conversar. O encontro durou cerca de quatro horas e fez com que o vice-prefeito faltasse na reunião marcada no seu comitê para anunciar a substituição do nome.

Ontem, o vice-prefeito passou o dia consultando lideranças políticas da cidade, enquanto o chefe do Executivo, Clóvis Volpi (PV), foi para o interior paulista. Simultaneamente, a coordenação se reunia para discutir a mudança de ideia do indicado.

A conclusão dos aliados foi de que não há viabilidade financeira para trocar o candidato. O indeferimento prejudicou a arrecadação dos governistas. Por conta da conjuntura, o grupo, até então rachado, apoiou o posicionamento do vice-prefeito. A ausência de Dedé na reunião de segunda-feira criou instabilidade no reduto e alguns presidentes de partido chegaram a ameaçar não trabalhar mais na campanha majoritária.

Dedé afirmou que decidiu continuar no pleito por questão de justiça e deixou claro qual será o tom dos discursos a partir de agora. "Houve injustiça nos dois julgamentos (na Justiça Eleitoral de Ribeirão e no TRE-SP). Os juízes do TSE estão revendo a retroatividade da lei", analisou o popular-socialista.

Alexandre Damásio, advogado de Dedé, destacou que o recurso em Brasília garante a participação do governista no pleito, marcado para 7 de outubro. "Já preservamos o nome dele na urna. O eleitor pode escolher votar nele. Vamos analisar o peso da Lei da Ficha Limpa", atestou o advogado.

Porém, se a análise do recurso não for feita até o dia da votação, os votos de Dedé serão anulados e só contabilizados caso ele consiga reverter o indeferimento.

Dedé foi indeferido em julho, após a Justiça Eleitoral de Ribeirão entender que ele foi enquadrado na Ficha Limpa. O vice-prefeito foi condenado por abuso de poder econômico em 2004, quando encartou folheto da sua campanha de vereador no jornal de sua família. A pena prevista para o crime era de três anos de inelegibilidade, mas a legislação aprovada em 2010, subiu a penalidade para oito anos. Coelho avaliou que a pena foi cumprida entre 2005 e 2007.