Automóveis Titulo Lançamento
Pequeno visionário
Marcelo Monegato
05/09/2012 | 07:00
Compartilhar notícia
André Henriques/DGABC


"Não é um carrinho!" Assim Glauci Toniato, gerente de produto da Mercedes-Benz, apresentou o smart fortwo 2013, que chega ao Brasil com alterações no visual e inclusão. O conjunto mecânico (motor e câmbio) e os preços, que partem de R$ 52,5 mil, foram mantidos.

Fabricado na França e lançado no Brasil há três anos, o simpático modelo para dois ocupantes está com visual mais incorpado. O símbolo da smart, antes no capô, cresceu e passou a ocupar o centro da grade frontal, que traz moldura na cor preta para a versão de entrada mhd e prata para as opções coupé e cabrio. A grade sob a placa agora é única e traz as luzes diúrnas em LEDs. Destaque para o discreto spoiler.

As laterais agora têm saias e as rodas de liga leve de 15 polegadas trazem desenhos inéditos. A traseira ganhou aerofólio e aplique no para-choque.

Em termos de equipamentos de série, a novidade é o novo sistema de entretenimento com tela de 6,5 polegadas sensível ao toque e programa de navegação.

 

AVALIAÇÃO

O Diário rodou mais de 300 quilômetros com o smart fortwo turbo coupé e constatou que, além do preço salgado (R$ 68,5 mil), o modelo precisa evoluir em alguns pontos.

O motor 1.0 turbo a gasolina de 84 cv é esperto. Com 12,2 mkgf de torque máximo disponível a 3.250 giros e pesando apenas 770 quilos, o urbanoide é ligeiro nas arrancadas. Segundo a montadora, o smart vai de 0 a 100 km/h em 10,9 segundos e atinge a velocidade máxima de 145 km/h.

A ressalva fica por conta da transmissão automatizada de cinco marchas, com opção de trocas manuais pela alavanca ou aletas atrás do volante. As mudanças são lentas e incômodas. Nas ultrapassagens, quando se pisa fundo no acelerador, a redução para ganho de torque é morosa demais.

A ré também incomoda. Quando se coloca o pé de leve na acelerador, o carro não responde. Porém, quando se pisa mais forte, o smart pula para trás. Tal comportamento prejudica a manobra de saída de baliza em descidas, por exemplo.

A suspensão é rígida, algo que o projeto exige, por ser um carro curto (2,69 m de comprimento). Mas, neste caso, a culpa pelo desconforto é do péssimo estado das vias.

Ponto para o isolamento acústico. A 120 km/h, o nível de ruído na cabine é baixo.

A segurança se faz presente com freios ABS, distribuição eletrônica de frenagem (BAS), controle de estabilidade (ESP) e air bag duplo. Já o conforto fica por conta da direção elétrica e do ar-condicionado.

Internamente, dois pontos negativos que atingem direto as mulheres: pedal do freio alto e falta de espelho nos dois quebra-sóis. Outra ressalva é a falta de ajuste da coluna de direção.

 

Conceitualmente, smart é interessante

 

Conceitualmente, o smart fortwo é atual e muito interessante, especialmente quando analisamos suas características tendo como cenário principal o caótico trânsito dos grandes centros.

Segundo dados da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), os automóveis que circulam pela cidade de São Paulo transportam, em média, 1,4 pessoa. Se levarmos em consideração que a maioria dos carros pode levar até cinco pessoas, o desperdício de espaço é gigantesco.

Na Europa, em algumas cidades onde as questões da mobilidade são tratadas com seriedade e o espaço para carros e motocicletas é um problema extremamente grave, os proprietários de smart pagam a metade do preço nos estacionamentos. Aqui no Brasil, este tipo de incentivo não existe.

Atrelado e este fator racional, existe também importante questão econômica-social. Segundo dados da fabricante, o fortwo, quando equipado com sistema start/stop (versão mhd) - que desliga automaticamente o motor quando o condutor para, por exemplo, nos semáforos e torna a ligá-lo assim que se retira o pé do freio -, pode atingir consumo médio de combustível superior a 23 km/l - superior a todos os veículos populares brasileiros com motor 1.0.

Os índices de emissões também são bastante satisfatórios. O urbanoide, em sua versão de entrada (71 cv de potência) emite 98 g/km de CO2. Já a turbo - avaliada pelo Diário -, 115 g/km de CO2.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.

Mais Lidas

;