A PSA Peugeot Citroën vai investir R$ 3,7 bilhões para duplicar a capacidade de produção de carros - de 150 mil por ano para 300 mil veículos por ano - e para ampliar significativamente a fabricação de motores, dos atuais 280 mil para 400 mil, em Porto Real (RJ) até 2015. O anúncio do valor foi comunicado logo após reunião com a presidente Dilma Rousseff e o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, ontem, no Palácio do Planalto.

Inicialmente, a direção da montadora tinha programado fazer a divulgação do aporte em evento no Palácio da Guanabara, no Rio de Janeiro, mas, a convite de última hora da presidente Dilma, houve a mudança do local.

Pimentel afirmou que o investimento consolida o Rio de Janeiro como segundo maior polo automotivo (o primeiro é o Grande ABC) e demonstra o êxito da política industrial do atual governo.

A empresa havia anunciado, no ano passado, que investiria R$ 1,4 bilhão na fábrica no até o fim de 2012. Segundo o presidente da PSA Peugeot Citroën do Brasil, Carlos Gomes, os R$ 3,7 bilhões são recursos adicionais na unidade fabril, que faz modelos das duas marcas francesas.

O grupo PSA vem com crescimento acima do mercado neste ano. De janeiro a setembro, foram comercializadas no País 133.470 unidades Peugeot e Citroën, alta de 8% em relação a mesmo período do ano passado. O setor registra expansão de 6% nesses nove meses de 2011. As duas marcas somam hoje participação de 5,3%, o que lhe garante a quinta posição nas vendas nacionais (atrás da Fiat, Volkswagen, General Motors e Ford).

O principal impulso vem dos modelos Citroën (69.050 unidades vendidas neste ano até setembro) tiveram expansão de 20% na comercialização neste ano até agora. Já os carros Peugeot registraram queda de 2% no período.

Gomes informou ainda que, além de ampliar a produção, a companhia vai produzir oito novos modelos das duas marcas na América do Sul até 2015. A rede de concessionários também será reforçada para atender a demanda prevista. A previsão é de elevar em 50% o número de revendas, passando das atuais 320 para 480. Atualmente são sete no Grande ABC (quatro Peugeot e três Citroën).

Com os investimentos, a meta é ampliar a participação de mercado para 7% no Brasil até 2015 e também incrementar o peso da América do Sul no faturamento do grupo mundial - de 8,5% para 10% no mesmo período.

NOVO REGIME - O governo federal prepara nova fase do programa de regime automotivo, que deve elevar a exigência de conteúdo local, que hoje é de 65% de peças nacionais ou do Mercosul, para as fabricantes brasileiras se manterem sem elevação do Imposto sobre Produtos Industrializados. Pimentel, no entanto, afirmou que não dava para dizer quanto seria a elevação, já que os critérios do novo regime serão diferentes dos atuais.

O repórter viajou a convite da PSA Peugeot Citroën