Sem faixas, placas ou propaganda de candidatos, o comitê do ex-prefeiturável de São Caetano Edgar Nóbrega (PT), na Rua Taipas, no bairro Santa Maria, está cada vez mais vazio. Nem mesmo o imenso retrato do vereador petista está na fachada do imóvel.

A equipe do Diário visitou o local ontem e encontrou poucos militantes. Em clima de derrota, os que estavam presentes trabalhavam para reunir em caixas o material que sobrou da propaganda eleitoral do petista. Quase nenhum deles quis falar com a reportagem.

Assim como panfletos e tabloides, foram colocados de lado os funcionários contratados para a campanha de Edgar. Apenas pleiteantes à Câmara continuam nas ruas, mas sem tanta empolgação ou compromissos. Até porque, desde a renúncia do ex-candidato ao Paço - ocorrida na quinta-feira -, eles acreditam que será difícil divulgar suas candidaturas e justificar participação do partido no suposto ‘mensalinho' de São Caetano.

O Diário procurou ontem por candidatos da sigla, mas não conseguiu acompanhar nenhum deles. A assessoria do professor Pio Mielo (PT) informou que ele faria apenas reuniões e ainda não tinha a agenda de hoje. Pio é um dos petistas mais próximos de Edgar e aposta do ex-prefeiturável para sucedê-lo na Câmara. O pleiteante Lelo Souza (PT) contou que também não tinha planos de divulgar sua candidatura no domingo.

Desde a oficialização da saída da corrida eleitoral de São Caetano, Edgar não é visto na cidade. Militantes próximos do vereador evitam falar sobre ele. Há rumores não confirmados de que Edgar teria deixado o município depois da reunião de quinta-feira que ratificou a renúncia da empreitada majoritária.

O caso vazou na internet no sábado passado por meio de vídeo publicado pelo candidato a vereador pelo PCdoB Eder Xavier. Editada, a gravação de 17 minutos mostra o petista em suposta negociação com o ex-secretário de Governo Tite Campanella (DEM) para a eleição da presidência do PT. Edgar aparece pedindo R$ 100 mil ao democrata para vencer o pleito interno e, assim, ser aliado do governo José Auricchio Júnior (PTB).

Além disso, trataram da quantia de R$ 10 mil, que seria repassada por meio do vereador Paulo Bottura (PTB) ao petista, e R$ 2.000 via vereador Gérsio Sartori (PTB), então presidente do Legislativo. O episódio tem sido relatado pelo Diário desde segunda-feira e resultou, além da renúncia de Edgar, na exoneração de Tite do governo.