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Mário Reali aciona Lauro Michels sobre Mensalão
Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
31/08/2012 | 07:03
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Celso Luiz/DGABC


A coligação Pra Diadema Ter Mais, que sustenta a candidatura à reeleição do prefeito Mário Reali (PT), ingressou com representação contra o prefeiturável Lauro Michels (PV). O questionamento é sobre a relação feita pelo verde da campanha petista em Diadema com o Mensalão, escândalo do primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e em julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal).

As ilações foram feitas no dia 20, durante carreata que Michels realizou com candidatos a vereador do PP, uma das sete siglas da coligação Diadema Pode Mais. "O dinheiro que vemos espalhado pela cidade em cartazes, banners e materiais de campanha é do Mensalão. Enquanto a rua está forrada desse tipo de material, faltam médicos e remédios nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde)", disse o prefeiturável, à ocasião.

No dia anterior, em atividade no morro do Samba, no bairro Serraria, Michels já havia citado o caso do Mensalão para criticar os petistas de Diadema. Ao avistar 25 faixas de candidatos a vereador ao lado de Reali em um único muro, o verde questionou o volume de material de campanha e sentenciou: "Imagina o quanto não é gasto? É dinheiro do Mensalão."

Já no dia 22, Reali avisou que processaria Michels sobre as declarações. "Vou resolver na Justiça. Eu gostaria que ele provasse isso. Se ele falou, tem de provar. É bom a imprensa colocar as palavras que ele fala, porque ele tem de medir o que diz. Nosso jurídico vai representá-lo." A representação chegou a Michels na quarta-feira e está na 2ª Vara da Família e Sucessões de Diadema.

Ontem, durante sessão na Câmara, Michels afirmou estar tranquilo com a situação sendo levada à Justiça. "O caso (do Mensalão) é público e notório. Não falei que o Mário Reali fez parte do Mensalão ou que o PT de Diadema tem envolvimento nisso", amenizou o candidato do PV.

Após as declarações de Michels, o corpo jurídico que trabalha na campanha verde aconselhou o prefeiturável a diminuir o tom de críticas a Reali e ao PT diademense, para que a eleição na cidade não tenha mais processos.

Tanto que ele sequer comentou sobre as acusações feitas pelo ex-diretor do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) Luiz Antônio Pagot, que à CPI do Cachoeira revelou encontro com José de Filippi Júnior (PT), ex-prefeito de Diadema, deputado federal e tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff (PT) em 2010. Pagot contou que Filippi o procurou para intermediar diálogo com empreiteiras contratadas pelo Dnit para financiar a candidatura de Dilma à Presidência.

 

APOIO FEDERAL

Michels se reuniu ontem com o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) para pedir apoio do pastor e cantor à sua candidatura. O encontro também contou com a participação da deputada estadual Regina Gonçalves (PV), mentora da candidatura verde em Diadema.

Foi o segundo apoio de um parlamentar federal recebido por Michels em sua empreitada - o primeiro foi de Walter Ihoshi (PSD). A expectativa da coordenação da campanha do PV é trazer alguns caciques para Diadema em setembro, na reta final da corrida eleitoral.

 

Petista participa de reunião no diretório de SP

 

O prefeito de Diadema e candidato à reeleição, Mário Reali (PT), participou ontem de reunião no PT estadual para analisar a conjectura das candidaturas petistas e traçar rotas para os últimos 30 dias da corrida eleitoral. Por causa disso, cancelou caminhada que faria na Vila São José, em Diadema.

Foi a segunda vez que Reali anulou atividade de rua para discutir questões políticas de abrangência paulista. Na quarta-feira, o petista alterou agenda que tinha ao Parque Real para definir, junto ao prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), em quais cidades do Grande ABC o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai aparecer no primeiro turno. Os dois petistas figuram na liderança das pesquisas realizadas pelo Diário (uma divulgada em julho, outra no domingo) e tendem a vencer o pleito já na primeira etapa eleitoral.

A reunião de ontem na executiva estadual do PT serviu para avaliar também duas desistências de candidatos do partido: Edgar Nóbrega (PT), em São Caetano, e João Paulo Cunha (PT), em Osasco. O primeiro saiu do páreo após vazamento de vídeo em que aparece supostamente negociando acordo com governistas de São Caetano para vencer eleição para presidência do diretório municipal. O segundo foi condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) pelo caso do Mensalão.

 

LULA EM DIADEMA

Apesar de o PT estadual pretender deslocar Lula para municípios em que o panorama político é turbulento, Reali tenta trazer o maior cacique da legenda para ao menos uma atividade em Diadema.

O ex-presidente da República sempre participou da corrida eleitoral diademense e é aguardado por militantes. Até agora, poucas figuras nacionais do PT apareceram na campanha de Reali: o senador Eduardo Suplicy (PT) e os deputados federais Paulo Teixeira (PT) e Vicentinho (PT) foram os únicos a participarem in loco da empreitada do prefeito.

A intenção da cúpula estadual é destinar Lula para, principalmente, os pleitos de Santo André - onde concorre o petista Carlos Grana - e de Mauá - que tem Donisete Braga (PT) no páreo. RR




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