Economia Titulo Correios
Funcionários pedem anulação de acordo
Vinicius Gorczeski
Especial para o Diário
27/10/2011 | 07:12
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Claudinei Plaza/DGABC


Depois de 15 dias de o dissídio coletivo dos trabalhadores dos Correios ter sido decidido pelo Tribunal Superior do Trabalho, encerrando 28 dias de greve, trabalhadores e sindicato voltam a reclamar. A compensação dos 21 dias parados (sete foram descontados do ponto) vem sendo realizada nos dois últimos fins de semana, sem conceder aos convocados 24 horas de descanso semanal, como prevê o acordo coletivo da categoria, o que significa jornada quinzenal sem pausas.

A estatal se ampara no argumento do dissídio, afirmando que o grevista deveria compensar em fins de semana, até maio, a quantidade de horas paradas mediante às necessidades da empresa, até completar o período de dias pagos.

O diretor regional do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Similares de São Paulo, Anderson Lima de Moraes, afirma que a interpretação do termo é vaga. “Temos um dia inteiro de descanso, mas o problema é que estamos sendo convocados seguidamente, sem um único dia de pausa. Daqui a pouco vai ter funcionário infartando.”

Com respaldo do acordo coletivo da categoria, a Federação Nacional dos Trabalhadores de Empresas de Correios, Telégrafos e Similares encaminhou ao TST pedido de embargo da decisão avalizada pelo presidente do órgão, ministro João Orestes Dalazen, definida no dia 11. Trabalhos na estatal em fins de semana garantem 200% de pagamento em horas extras, ou dois dias de folga na semana, conforme entendimento entre carteiros e a ECT. “Como o acordo prevê isso, queremos trabalhar no sábado, mas compensando os dois dias do fim de semana, porque domingo é dia de repouso”, assinala Moraes.

Uma funcionária do Centro de Distribuição de Santo André, localizado na Avenida dos Estados, que não quis se identificar, frisou que há sobrecarga de trabalhos nos fins de semana. “Há, inclusive, muita correspondência vinda de São Paulo para o centro e que está datada de antes do período de greve”, sustenta a funcionária.

Ontem, a direção regional do sindicato realizou audiência com a empresa. Contatada pela equipe do Diário, a unidade da estatal em São Paulo, que atende a Região Metropolitana (que concentra o maior fluxo postal do País), afirmou que a entrega dos objetos ainda não está integralmente normalizada, principalmente em áreas mais remotas, de difícil acesso e/ou com numeração irregular. A normalização, segundo a nota, deverá ocorrer nos próximos dias.

“Não há punição aos trabalhadores que estavam parados. Eles estão sendo recebidos com atenção, respeito e profissionalismo, pois são tão importantes para empresa quanto os que continuaram trabalhando e fazem parte de uma equipe que tem como objetivo bem atender o cidadão brasileiro e engrandecer o patrimônio público que são os Correios.”

A unidade da estatal esclareceu que não existe remuneração extra sendo paga, pois se trata de compensação de dias no qual o trabalhador já recebeu seu salário. No caso dos empregados que não aderiram à paralisação e trabalharam em fins de semana em setembro, a empresa já realizou o pagamento de horasextras de acordo com o que determina a legislação trabalhista e os regulamentos internos dos Correios. Eles não estão compensando dias parados. Avisou também que, na Região Metropolitana, não haverá convocação para domingo.

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Greve congelou a entrega de 13 milhões de objetos na região

A greve foi responsável por manter 13 milhões de objetos congelados nos 17 centros de distribuição da região, o que computava média de cinco dias úteis de atraso nas entregas diárias.

Os funcionários dos Correios mantiveram os braços cruzados por 28 dias no País, até o dia 11. Pediam ganhos reais de R$ 400, e, com o desenrolar das negociações, reviram a pauta para R$ 200. Porém, nenhum acordo atraía os trabalhadores, e os dias parados foram o ponto mais discutido por ambas as partes, sendo irredutíveis. De um lado, a ECT não abria mão de abater o ponto e, de outro, os trabalhadores não aceitavam descontos.

O TST então ofereceu duas propostas, aceitas pela estatal, mas rejeitadas pela categoria. Na terceira tentativa, ficou acertada a correção de 6,87% da inflação acumulada na database mais R$ 80 em aumento linear, sendo a elevação de preços paga a partir de agosto e o ganho real, a outubro.




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