O empresário do setor industrial começa a ter mais ânimo em relação ao cenário para seus negócios, o que pode se traduzir, nos próximos meses, em aumento de investimentos. É o que aponta o Índice de Confiança da Indústria, apurado pela FGV (Fundação Getulio Vargas). O indicador chegou neste mês ao maior nível desde julho de 2011, ao atingir 104,1 pontos, 2,6 pontos percentuais mais que no mês anterior.

Segundo análise da FGV, a evolução positiva sinaliza que as fabricantes vêm recuperando lentamente o ritmo de atividade no terceiro trimestre, embora se mantenham com expectativas cautelosas. O cenário ainda traz motivos para preocupação, afirma o diretor da regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de São Bernardo, Hitoshi Hyodo. Ele cita que, desde meados do ano passado, a atividade vinha se deteriorando, com aumento do desemprego na indústria, por exemplo. Por isso, a base de comparação é ruim. Mas vê sinais de melhora no nível do emprego e em outros indicadores, como a inadimplência e os financiamentos. "Aos poucos as empresas estão se recuperando. As montadoras de veículos leves estão vendendo muito", afirma. O crescimento na comercialização de automóveis tem relação direta com incentivo tributário - a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para os carros, que vale só até sexta-feira.

Por sua vez, o segmento de autopeças segue perdendo espaço para produtos chineses, observa Hitoshi. Enquanto as vendas das indústrias do ramo caíram 13,9% no primeiro semestre frente a igual período de 2011, as importações cresceram 6%, de acordo com dados do Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores). Ou seja, os itens trazidos de outros países estão aumentando a presença no mercado interno.