Economia Titulo Empréstimos
Caixa cresce 204% em consignado

Demanda da região por crédito com desconto em folha atingiu
R$ 25,8 milhões; juros do consignado é um dos mais baratos

Pedro Souza
Diário do Grande ABC
28/08/2012 | 07:18
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Os consumidores estão mudando seus hábitos financeiros e perceberam que vale a pena olhar para as taxas de juros antes de contratar uma operação de crédito. Prova disso foi o crescimento expressivo de concessões consignadas da Caixa Econômica Federal no Grande ABC em julho. O banco público desembolsou 204% a mais do que no mesmo mês do ano passado.

Em dinheiro, a demanda das sete cidades no mês passado atingiu R$ 25,8 milhões. Em julho de 2011, o resultado do banco foi de R$ 8,5 milhões.

Se comparado com o crescimento médio nacional, na comparação anual, a região conseguiu dar alguns passos maiores. O último resultado publicado pelo BC (Banco Central), referente a junho, aponta que a variação no País frente ao mesmo período do ano anterior foi positiva em 127%. No registro de maio houve alta de 143%. E no de abril, incremento de 125%.

MODALIDADE

O crédito consignado é um dos empréstimos mais baratos disponíveis para os consumidores. Em junho, a taxa média de juros da modalidade, 24,6% ao ano, representava 62% do custo do empréstimo pessoal.

Na ponta do lápis, um consignado de R$ 1.000 custaria, em um ano, R$ 1.246 ao consumidor. Com os juros médios do crédito pessoal, a mesma operação sairia, em 12 meses, por R$ 1.396.

O menor preço é explicado pela forma de liquidação do consignado. Só têm acesso a esse tipo de crédito os empregados de empresas conveniadas com algum banco que ofereça a operação, servidores cuja administração pública também tenha contrato com uma instituição financeira e aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

Assim, esses consumidores, quando contratam um consignado, têm as parcelas descontadas direto na folha de pagamento, ou seja, é a primeira dívida do contratante que será paga no mês e de forma automática.

Desta maneira, as instituições financeiras correm menos riscos de que os clientes deixem de honrar as suas parcelas. Como contrapartida, os bancos tornam a taxa de juros da operação menor do que outras linhas. O risco de inadimplência é um dos principais fatores para a formação do custo do crédito.

EXPLICAÇÃO

O gerente regional de pessoa física da Caixa, Edvaldo Contin, disse que uma das explicações para a subida do consignado em julho, de 204% na região, foi o aumento de empresas que têm contrato com o banco. "Expandimos a base de convênio de consignação, e isso ajudou", avaliou.

No entanto, o programa iniciado pelo banco em abril, que reduziu os juros de algumas linhas de crédito, entre elas o consignado, teve papel fundamental no crescimento, destacou Contin.

SUBSTITUIÇÃO

O gerente destacou que os clientes com acesso ao consignado podem utilizá-lo como forma de minimizar os juros de outras operações, como cartão de crédito ou empréstimos pessoais. Ele orientou cuidado, análise e comparação das taxas de juros entre os empréstimos, para reduzir o total da dívida.

APOSENTADOS

Os aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) do Grande ABC também apresentaram maior demanda por consignado da Caixa Econômica Federal em julho em relação ao mesmo mês do ano passado. Segundo a superintendência regional do banco, as concessões atingiram R$ 9,93 milhões no mês passado para esse grupo, expansão de 152% sobre o sétimo mês de 2011.

De acordo com o gerente regional de pessoa física da Caixa, Edvaldo Contin, os segurados da Previdência Social que mais demandaram o dinheiro para desconto em folha de pagamento contrataram as operações nas agências de Santo André e São Bernardo.

Ele lembrou que um dos freios para que o crescimento não fosse maior foi a margem deste tipo de crédito. Os aposentados só podem emprestar consignados cujas parcelas atinjam, no máximo, 30% da sua remuneração líquida.

Aposentado desde 1992, o andreense José Estevan de Souza Freitas é um dos consumidores da região que recorreram à essa modalidade de empréstimo para contornar a falta de orçamento em caso de emergência.

"A primeira vez que eu peguei um consignado foi para pagar gastos médicos da família. Foram cerca de R$ 6.000", lembrou Freitas.

Hoje, depois de contratar mais algumas vezes o crédito, por meio do vínculo com o INSS, tendo em vista que o último foi realizado há cerca de três meses, o aposentado afirma que a liquidação da dívida não deu dor de cabeça. "Eu me planejo e, assim, consigo pagar tudo com tranquilidade."




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