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São Thomé das Letras e do misticismo
Heloísa Cestari
Do Diário do Grande ABC
27/10/2011 | 07:00
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Todo mundo dá uma de Tomé quando chega à cidade mineira de São Thomé das Letras à procura de visões que o façam crer no sobrenatural sem margem a dúvidas. E mesmo que não veja nada, certamente sairá de lá com muitos relatos de aparições e histórias que beiram o extraordinário na bagagem.

Segundo o ufólogo Oriental Luiz Noronha, o Tatá - que já cantou na Rádio Nacional e é autor de dois livros sobre São Thomé das Letras -, forças sobrenaturais pairam na cidade, localizada a 335 quilômetros da capital Belo Horizonte. Para ele, as pedras locais apresentam camadas de quartzito e mica que, sobrepostas, formam uma espécie de conversor das energias cósmicas ou telúricas.

Cerca de 25 anos atrás, esse pesquisador de inscrições em rocha - que, de acordo com o livro São Thomé das Letras, Berço ou Túmulo de uma Civilização? (1972), teriam sido feitas por povos fenícios há mais de 3.000 anos - observou discos no céu, mas não sabia do que se tratava. Mais tarde, percebeu que as bolas de fogo que sobrevoavam sua casa eram "seres de outras dimensões de tempo e espaço".

Entre os pontos mais cobiçados pelos adeptos do turismo esotérico estão o Cruzeiro e a Casa da Pirâmide, onde grupos de jovens costumam se reunir para cantar, ver o pôr do sol, as estrelas e, com sorte, algum disco voador.

A gruta do Carimbado, por sua vez, teria uma conexão para a mística Machu Picchu, no Peru, além da fama de ser habitada por bruxas, gnomos e outros seres que resguardam o acesso.

Para Tatá, no entanto, os pontos mais importantes a quem deseja fazer contato com "seres de outras dimensões" são a gruta do Triângulo e o Pico do Gavião.

 

HISTÓRIA

Tudo começou no século 18, quando o escravo João Antão fugiu da Fazenda Campo Alegre e se escondeu em uma gruta. Certo dia, apareceu ao escravo um homem de vestes brancas, que escreveu um bilhete e disse-lhe que, entregando-o ao seu dono - o capitão João Francisco Junqueira - este o perdoaria. Ao ler a carta, o senhor ordenou que João Antão o levasse até a gruta, onde encontraram uma imagem de São tomé, entalhada em madeira. O senhor levou, então, a imagem para sua casa, mas a estátua sumiu e reapareceu na gruta. Acreditando se tratar de um milagre, o capitão mandou erguer uma capela, onde mais tarde, em 1985, foi construída a igreja matriz.

Acredita-se que o homem de vestes brancas seja o próprio São Tomé. Na entrada da gruta, pinturas em tons avermelhados semelhantes a letras deram origem ao nome da cidade. Alguns atribuem as letras ao santo, como prova de sua aparição; outros dizem se tratar de inscrições feitas por índios ou até mesmo por seres de outras dimensões.

De acordo com os seguidores da eubiose, São Thomé das Letras constitui um importante centro de afluência de energias espirituais vindas do interior da Terra, assim como as cidades de Nova Xavantina (MT), São Lourenço (MG) e Itaparica (BA), onde estão instalados os outros templos centrais da entidade.

De origem grega, a palavra eubiose significa ciência do bem-viver, e abrange uma infinidade de estudos, sem distinção de credos. Seu objetivo é preparar o terreno para a chegada da Era de Aquário, que trará muitos séculos de paz e progresso e, segundo as previsões eubióticas, surgirá na América do Sul, no início deste milênio, tendo o Brasil como foco irradiador.  




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